Indicação de Marco Feliciano para a CDHM gera apreensão

A indicação do nome do deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara tem causado desconforto em toda a sociedade brasileira. Para a responsável pela Frente de Direitos Humanos na Comissão Nacional de Movimentos Sociais do PCdoB, Ana Guedes, a escolha do deputado pode ser considerado um retrocesso.

Ana Guedes afirma que a Comissão de Direitos Humanos é uma área muito delicada, iniciativa que foi criada com muita luta e tem uma importância fundamental para o país. “A indicação desse deputado foi muito infeliz. Não é possível indicar para a presidência de uma pasta como essa um parlamentar que apresente posições contrárias a essência da pasta”, avalia.

A confusão em torno do nome de Feliciano é por causa de declarações polêmicas do deputado que, em 2011, usou o Twitter para dizer que os descendentes de africanos seriam amaldiçoados. "A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!", escreveu.

Em outra ocasião, o pastor postou na rede social que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime e à rejeição". No ano passado, o pastor defendeu em debate no plenário os tratamentos de "cura gay".

Por causa das declarações e atitudes do deputado, Ana Guedes acredita que a escolha é um retrocesso. “Em uma temática tão combalida e tão difícil de colocar para frente, oferecer o nome de uma pessoa com esse volume de preconceito, é um absurdo. É retroceder em tudo o que vem sendo feito”, finaliza.

A reunião para a escolha do novo presidente da CDHM aconteceu hoje (06/03), mas foi suspensa por uma questão de ordem da deputada Erika Kokay (PT-DF), que acredita que a comissão não poderia ser presidida pelo deputado Feliciano. Agora, é aguardar o desenrolar dos fatos. Resta saber se o PSC manterá o nome de Feliciano para assumir a comissão.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro