Liga Árabe mantém Síria suspensa apesar de protestos
O controverso assunto sobre o assento da Síria na Liga Árabe (LA) foi saldado com uma solução salomônica: seguirá vago, segundo informações emitidas nesta quinta-feira (7). Adnan Mansur, o chanceler libanês, havia solicitado a reincorporação da Síria à Liga nesta quarta-feira, em uma reunião de ministros de Relações Exteriores.
Publicado 07/03/2013 09:17
A medida seria uma forma de achar uma saída pacífica para o conflito interno que já dura dois anos, em que grupos armados por atores externos tentam derrubar à força o governo do presidente Bashar Al-Assad.
A proposta recebeu oposição do chanceler do Catar, Hamad bin Jassem bin Jaber Al Thani, que acusou Damasco de negar-se a aceitar as propostas da Liga, ainda que o governo sírio tenha afirmado de forma reiterada a disposição para o diálogo com a oposição interna. O Catar é visto, pelo governo sírio e seus aliados, como um dos atores externos que financiam a violência dos grupos armados e de mercenários na Síria.
O encontro ministerial teve de ser realizado fora da sede central da Liga Árabe, na capital egípcia, Cairo, devido a intermitentes choques de opositores do presidente do Egito, Mohamed Mursi, e tropas policiais anti-distúrbios nas ruas próximas ao edifício.
Versões de que a Liga havia convidado a oposição síria a ocupar o assento, vago desde novembro de 2011, foram desmentidas pelo secretário geral, Nabil el Arabi, que afirmou que a autodenominada Coalizão Nacional Síria (CNS) carece de um comitê executivo e teria que cumprir ainda outros requisitos.
Entretanto, o fato de que o governo sírio ainda existe e não pode ser “substituído” arbitrariamente pela Liga ou qualquer outra organização, o que seria uma ingerência e um atentado contra a soberania síria, não foi ressaltado.
Nas mesmas declarações, o oficial esclareceu que o governo sírio continua suspenso. Ainda, o representante do Iraque afirmou que a LA é representativa de estados árabes, e não de movimentos opositores.
Já em 2011, a Liga Árabe aprovou um pacote de amplas sanções comerciais, financeiras e diplomáticas contra a Síria.
Ainda assim, a tentativa de acolher aos opositores chocou com a recusa de delegações do Líbano e da Argélia à assistência da CNS em condição de membro pleno às sessões da próxima cimeira da Liga, programada para efetuar-se no final de março, em Doha, capital do Catar.
Com Prensa Latina,
Da Redação do Vermelho