Baianos protestam contra indicação de Marco Feliciano à CDHM

Os baianos foram às ruas, no último domingo (10/3), em protesto contra a eleição do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados. Segundo os organizadores, pelo menos 600 pessoas participaram do ato, que teve início no Farol da Barra, um dos principais cartões-postais de Salvador.

Da concentração no Farol, às 17h, os manifestantes seguiram até outro ponto turístico da Barra, o monumento do Cristo. A estátua ganhou a bandeira do movimento gay, um dos maiores críticos da indicação do pastor à comissão, pelas declarações públicas dele contrárias à homossexualidade.

Com faixas e palavras de ordem, os baianos, que se organizaram a partir de redes sociais, pediam “Fora Feliciano”, “Feliciano respeite os Seres Humanos” e “Mais liberdade, menos Feliciano”. Além do protesto na Bahia, outras manifestações aconteceram, também, em pelo menos 15 estados brasileiros.

Críticas

As declarações discriminatórias de Marco Feliciano sobre gays e negros, integrantes de grupo minoritários amparados pela comissão, são o principal motivo das críticas à sua eleição para a CDHM. As opiniões polêmicas começaram a ser publicadas em 2011, quando o pastor usou a rede social Twitter para se manifestar sobre as questões.

"Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome… Etc. (…) a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição.", escreveu Feliciano, sobre os africanos e os gays, respectivamente.

Além de envolvimento nos casos de discriminação – um deles rendeu um processo na Justiça por homofobia -, o deputado também responde por uma denúncia de estelionato. O pastor está à frente da Igreja Assembleia de Deus e, em um vídeo que circula na internet, aparece condenando um fiel por “doar o cartão, mas não doar a senha”.

De Salvador,
Erikson Walla