Egito recebe US$ 190 milhões dos EUA: "primeira parte do acordo"

Os Estados Unidos e o Egito assinaram um acordo de assistência de US$ 190 milhões na presença da embaixadora dos EUA no Cairo, Anne Paterson, e do primeiro-ministro egípcio, Hesham Kandil. O acordo foi assinado pelo ministro do Planejamento, Ashraf Al-Arabi, e pela diretora da missão da Agência dos EUA para assistência (USAID) no Egito, Mary Ott. 

“O presidente dos EUA Barack Obama anunciou o financiamento de US$ 1 bilhão ao Egito”, disse Al-Arabi. “Estes US$ 190 milhões formam o primeiro de dois pagamentos, que totalizam US$ 450 milhões.” O ministro disse que a primeira prestação será direcionada ao apoio para o orçamento geral e que a maior parte irá para o subsídio a projetos de investimentos.

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O acordo foi alcançado durante a visita do secretário de Estado dos EUA John Kerry ao Cairo, na semana passada, quando o político estadunidense falou também de outras questões em que os EUA continuam interferindo com retórica belicosa, como a Síria, o Irã e (neste caso, com apoio incondicional) Israel.

Segundo o ministro Al-Arabi, o acordo, mais um da tradição de "diplomacia dos dólares", está na linha com o apoio dos Estados Unidos ao programa socioeconômico do Egito, proposto pelo Fundo Monetário Internacional. A instituição financeira, assim, é mais uma vez usada pelos EUA para as políticas internacionais imperialistas e para seus jogos de interesse na região.

O segundo pagamento está previsto para o final de 2013. A embaixadora Paterson apoiou a assistência do seu país ao Egito, e disse que o financiamento é parte de um grupo maior de medidas de apoio dos EUA anunciado pelo presidente Obama.

Enquanto o governo do presidente egípcio Mohamed Mursi é observado com apreensão e crítica, tanto por seu acordo de paz com Israel (para o qual os EUA buscam constante reafirmação) quanto pelos levantes políticos instrumentalizados também pelo Ocidente e pelos vizinhos Arábia Saudita, Catar e outros. O objetivo é a instalação de governos favoráveis às suas políticas; neste sentido, por outro lado, a Síria combate a ingerência externa em seus assuntos internos, convocando diálogos para a solução do conflito armado que já dura dois anos.

A aceitação de um acordo com os EUA para “assistência” financeira coloca o Egito mais uma vez na esfera de observação e crítica, uma vez que a prática é já bastante patente na política internacional imperialista.

Com Middle East Monitor,
Da Redação do Vermelho