Relação EUA-Venezuela será boa se nos respeitarem, diz Jaua
A respeito das declarações e ações que vêm sendo feitas recentemente no âmbito diplomático entre os Estados Unidos e a Venezuela, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, declarou que as relações entre os países se fortalecerão “sempre que haja a vontade dos EUA de entender que apenas sobre as bases do respeito mútuo teremos boas relações”.
Publicado 14/03/2013 18:44
Hugo Chávez em 2012
No último dia 5 de março, a Venezuela anunciou a expulsão de dois adidos militares dos Estados Unidos que trabalhavam no país por suspeitas de que eles estariam contatando militares e articulando um plano de desestabilização, planejado pelo Departamento de Estado dos EUA, contra o país. Em contrapartida, os Estados Unidos anunciaram, na última segunda-feira (11), a expulsão de dois diplomatas venezuelanos.
Em declarações concedidas à CNN, Jaua explicou que a Venezuela tem estabelecido canais de comunicação com o país do norte, por meio do representante na Organização dos Estados Americanos (OEA), embaixador Roy Chaderton.
Explicou ainda que o governo decidiu expulsar os adidos por “testemunhos diretos de oficiais de nossa Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), que foram contatados por estas pessoas para convocá-los a reuniões onde eram debatidos temas como a questão da estabilidade institucional e política da Venezuela. Uma atitude ilegal, que não corresponde com a tarefa de nenhum funcionário diplomático do mundo”.
Câncer induzido
Sobre outro tema controverso – a causa do câncer que levou o ex-presidente Hugo Chávez à morte – o chanceler esclareceu que a Venezuela não acusou os Estados Unidos de tê-lo provocado. Recentemente, o presidente encarregado do país, Nicolás Maduro, afirmou que convocará uma junta de pesquisadores para investigar se a doença foi inoculada em Chávez em ação semelhante ao que aconteceu com o líder palestino Yasser Arafat.
“Não afirmamos que os Estados Unidos são os responsáveis. O que dissemos é que diante da história e dos precedentes sobre líderes mundiais importantes, especialmente líderes populares, em matéria de diversas formas de provocar a morte destes importantes personagens do mundo, e dado que a doença do presidente foi classificada por muitos dos estudiosos que o viram como ‘muito estranha’, vamos iniciar uma investigação. Mas em nenhum momento acusamos diretamente o atual governo dos Estados Unidos”, pontuou Jaua.
Eleições de 14 de abril
Jaua evidenciou ainda que o povo venezuelano exige ser tratado com respeito e defende o direito de exercer sua autodeterminação, como ocorrerá no dia 14 de abril, em que serão realizadas as eleições presidenciais. “O povo venezuelano vai eleger seu novo presidente para terminar o mandato que o presidente Chávez não pôde terminar e decidir se continua construindo um modelo de sociedade e justiça”, disse o ministro das Relações Exteriores.
Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva, com AVN