Jô Moraes quer evitar constrangimento com deputado pastor na CDH 

A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) pediu ao presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), que discuta com o colégio de líderes uma solução para o constrangimento criado entre a Casa e a sociedade brasileira em razão da escolha do titular da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH), deputado pastor Marcos Feliciano (PSC-SP).

Jô Moraes quer evitar constrangimento com deputado pastor naCDH - Agência Câmara

O deputado pastor da Igreja Assembleia de Deus há 14 anos tem sido motivo de rejeição não só de colegas e entidades ligadas aos direitos humanos, como levou às ruas nos últimos dias milhares de manifestantes dos mais diferentes locais do país em protestos por suas posições consideradas racistas e homofóbicas.

Nesta quinta-feira (14), Jô Moraes, representando a bancada do PCdoB, acompanhou diversos representantes da sociedade civil à presidência da Câmara para pedir providências contra a permanência do pastor na presidência da Comissão.

Segundo Jô Moraes, a indicação de Marcos Feliciano “rompeu com a tradição da última década da comissão, que expressa na Câmara dos Deputados bandeiras das minorias pouco representadas na Casa Legislativa”. E avalia que, apesar da liberdade regimental dos partidos para fazer suas reivindicações no tocante à ocupação das comissões, “quem vai assumir uma comissão específica deve ser um parlamentar identificado com o que a comissão representa. Por isso, o estranhamento com esta indicação”, afirmou.

Negociações

O presidente da Câmara, Henrique Alves recebeu os manifestantes e ouviu as reivindicações e as ponderações da deputada Jô Moraes. E se comprometeu a receber novamente, na próxima semana, os representantes da sociedade civil contrários à permanência do pastor Marcos Feliciano para nova rodada de entendimentos e busca de solução para o impasse criado.

Os representantes dos movimentos sociais destacam as falas do deputado pastor que, em 2011, usou o twitter para divulgar a seguinte mensagem: “A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!” Em outra, ele disse que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime e à rejeição”. Além da defesa em plenário de tratamentos de “cura gay” ele também postula a castração de estupradores.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Jô Moraes