Vice americano "aconselha" italiano a manter política de cortes

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, disse nesta segunda-feira (18) que o governo italiano deve dar sequência à política econômica de cortes empreendida nos últimos meses pelo premiê italiano Mario Monti, com quem se reuniu em Roma.

Biden, que chefia a delegação estadunidense formada por 132 representantes que desejam assistir amanhã à missa inaugural do Papa Francisco I na Praça de São Pedro, na cidade do Vaticano, "aconselhou" o governo italiano a manter a política de arrocho e cortes que, segundo avaliação dele, "salvaram" o país da recessão.

Na contramão de sua opinião, de acordo com dados da União Europeia, a economia italiana teve uma redução de 2,2% no ano passado, apesar das políticas de arrocho aplicadas pelo governo imposto pela troica – Comissão Europeia, FMI e BC europeu – ao país, desde novembro de 2011. Essa política teve a aprovação nas urnas de apenas 10% dos eleitores nas últimas eleições de 24 e 25 de fevereiro.

A estocada do vice-presidente americano a seu aliado europeu é uma resposta á incerteza que surgiu em torno da governabilidade do país após as eleições, quando a coalizão de centro-esquerda Itália Bem Comum obteve a maioria na Câmara mas empatou com a coalizão de direita do ex-premiê Silvio Berlusconi.

O novo governo precisa do sinal verde das duas câmeras da Assembleia Nacional, cujos presidentes foram eleitos neste fim de semana.

Biden afirmou que deu "prova de estima, amizade e cooperação" do presidente do seu país, Barack Obama, a Monti, que foi comissário europeu de finanças.

Obama reuniu-se anteriormente com o mandatário italiano Giorgio Napolitano e fez referências à cooperação bilateral, o estado da crise global e as vias para "relançar" o crescimento econômico.

Por seu lado, tanto Monti quanto Napolitano afirmaram que seguirão de perto os resultados do giro do presidente estadunidense pelo Oriente Médio a partir da próxima quarta-feira.

Com informações da Prensa Latina