Secretária dos EUA faz ingerência sobre eleição na Venezuela

O Comando de Campanha Hugo Chávez, responsável pela campanha do presidente Nicolás Maduro, exigiu, nesta terça-feira (18), que os meios de comunicação do país respeitem a presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, que vem sendo vítima de ataques desestabilizadores, e repudiou as afirmações da secretaria de Estado dos EUA para América Latina, Roberta Jacobson, que fez declarações ingerencistas sobre o processo eleitoral do país.

Tibsay Lorena - AVN

“Lucena deve ser respeitada como mulher, pedimos respeito pelo sistema eleitoral venezuelano”, afirmou o chefe do comando de campanha Hugo Chávez, Jorge Rodríguez, ao se referir aos recentes ataques feitos pelo jornal El Nacional e pela oposição contra a presidenta do CNE.

Rodríguez esclareceu que os ataques se devem ao fato de Lucena ter denunciado “uma ingerência grosseira nos assuntos internos da Venezuela por parte da porta-voz do Departamento de Estado dos EUA para a América Latina, Roberta Jacobson, cujas declarações mostram claramente seu desconhecimento da Constituição do país”.

Ingerência estrangeira

Em entrevista ao jornal espanhol El País, Jacobson disse esperar que a Venezuela realize “eleições livres e democráticas”. E que “gostaríamos que houvessem observadores internacionais, por exemplo, a OEA ou a União Europeia, mas não sabemos se o governo venezuelano vai aceitar convidá-los (…) Isso inclui uma imprensa livre, que não temos visto tanto nos últimos anos na Venezuela".

A secretária-adjunta criticou ainda a rapidez com que foram convocadas as eleições, em um flagrante desconhecimento do artigo 233 da Constituição venezuelana.

Eleições transparentes

A respeito da transparência das eleições, o Conselho Nacional Eleitoral concordou convidar a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), para ter uma missão de acompanhamento durante o processo eleitoral. Além disso, terão observadores eleitorais nacionais as organizações Assembleia de Educação, Projeto Nacional, Fundação por um Povo Digno, Rede de Observadores Eleitorais Internacionais e o Observatório Eleitoral Venezuelano.

Por sua vez, Lucena assegurou que as declarações de Jacobson são “ingerencistas” e “desrespeitosas” e afirmou que o Poder Eleitoral “rechaça contundentemente as afirmações. (…) Jacobson disse que as eleições devem ser justas e libres, sugerindo, tendenciosamente, que as eleições venezuelanas não cumprem com estas condições elementares”.

A presidenta esclareceu ainda que o sistema eleitoral estadunidense não permite o acesso dos eleitores para auditar os resultados. “As declarações de Jacobson mostram claramente seu desconhecimento da Constituição deste país, deixem-me dizer a ela que na Venezuela é este Poder Eleitoral e não o governo que convida os acompanhantes internacionais (…) Nosso sistema é um dos mais abertos do mundo, com mais de 3 mil acompanhantes internacionais que vêm ao país”.

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Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva, com agências internacionais