Mais de 20 presos continuam greve de fome em Guantânamo

Mais de 20 presos da base militar que os Estados Unidos mantêm no território cubano de Guantânamo continuam em greve de fome em protesto contra maus-tratos.

Guantânamo

O grupo de 24 presos iniciou a greve no dia 6 de fevereiro contra a aplicação de medidas disciplinares severas como o confinamento por tempo indefinido, os contínuos registros de seus pertences e a apreensão de cópias do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.

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Omah Farah, advogado de um dos grevistas, denunciou que a apreensão de textos do Al Corão é considerada uma profanação à fé religiosa dos presos. A ação de protesto começou com seis réus do bloco chamado "Campo seis", mas com o passar dos dias somaram-se mais participantes.

A base militar e prisão foi descrita por organizações humanitárias como um moderno campo de concentração, onde se aplica aos presos diversas modalidades de tortura como o isolamento em celas com temperaturas extremas e os manter amarrados em posição fetal por mais de 24 horas sem comida.

O porta-voz da instalação militar, o capitão Robert Durand, admitiu na última terça-feira (19) para jornalistas que dois detentos continuam hospitalizados por desidratação, enquanto outros oito recebem uma mistura de nutrientes líquidos para evitar um agravamento da saúde pela perda excessiva de peso.

Durand também sustenta que a greve começou no dia 11 e negou que o motivotenha sido um incidente no qual o Alcorão foi tratado incorretamente.

Em resposta, o advogado Farah disse que é irresponsável a insistência das autoridades de subestimar o acontecimento e alertou que essa atitude só colocará a saúde e a vida dos grevistas em perigo.

"Os prisioneiros sabem que os militares da base minimizam a magnitude do protesto pacífico, por isso as intensificam", disse o advogado, representante legal de um iemenita detido em Guantânamo sem acusações desde 2002.

A base militar que os Estados Unidos mantêm no departamento cubano de Guantânamo contra a vontade das autoridades de Cuba foi transformada em prisão em 2001 para pessoas acusadas por terrorismo. O presidente Barack Obama comprometeu-se perante seus eleitores em 2008 a fechar esse centro, mas ainda não cumpriu a promessa eleitoral.

Fonte: Prensa Latina