União Africana suspende República Centro-Africana após golpe 

A União Africana (UA) suspendeu a República Centro-Africana da organização e impôs sanções a sete responsáveis do movimento Seleka, que no domingo (24) tomou o poder no país e depôs o presidente, François Bozizé. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (25) pelo comissário da Paz e Segurança da UA, Ramtane Lamamra.

"O conselho [de paz e segurança da UA] decidiu suspender imediatamente a participação da República Centro-Africana (RCA) de todas as atividades da União Africana bem como impor sanções, nomeadamente a restrição de viajar e o congelamento de bens de dirigentes do Seleka, incluindo seu líder, Michel Djotodia”.

"O Conselho pede a todos os Estados membros que tomem as medidas necessárias para isolar os autores desta mudança anticonstitucional de poder […] para não lhes dar abrigo e para facilitar a aplicação de quaisquer outras medidas decididas pela União Africana", acrescentou Ramtane Lamamra, que lia um comunicado no final de uma reunião do conselho, realizada hoje em Adis Abeba.

Os rebeldes da coligação Seleka tomaram no domingo a capital da RCA, Bangui, forçando o presidente Francois Bozizé a abandonar o país. A RCA já tinha sido suspensa da União Africana em 2003, quando Francois Bozizé chegou ao poder após um golpe de Estado. O país foi reintegrado à organização dois anos mais tarde. 

O presidente da África do Sul Jacob Zuma disse, nesta segunda, não ter qualquer plano imediato para retirar as tropas sul-africanas que estão na República Centro-Africana. No fim de semana, rebeldes da coligação Seleka tomaram a capital Bangui e, durante os conflitos, 13 soldados sul-africanos morreram e 27 ficaram feridos.

Zuma garantiu que a ação dos rebeldes não vai impedir a missão de paz e segurança das tropas que estão no país. Ele enfatizou que, como membro da UA, a África do Sul rejeita qualquer tentativa de conquista do poder pela força.

Os rebeldes acusam o presidente François Bozize de ter descumprido sua parte no acordo de paz, por meio do qual se comprometeu a integrar os guerrilheiros ao Exército ou à vida civil, e anunciaram sua intenção de derrubá-lo do poder.

Um porta-voz do presidente informou, neste domingo (24), que ele havia deixado o país e que estava na República Democrática do Congo. O porta-voz também confirmou que os rebeldes controlam todos os locais estratégicos da capital.

Em janeiro, cerca de 200 soldados sul-africanos foram enviados à República Centro-Africana para ajudar as tropas governamentais, mal equipadas e sem treino adequado, após uma ofensiva da coligação rebelde Seleka, no início de dezembro.

Com Agência Brasil