Zuma: África se afasta do colonialismo e toma rumos positivos

A presidenta da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini Zuma, afirmou em Addis Abeba, capital da Etiópia e sede da organização, nesta quarta-feira (22), que o continente avança na direção correta. Ao intervir ante o plenário do Conselho Executivo da UA, integrado pelos ministros de Relações Exteriores dos 54 Estados membros, Zuma elogiou os progressos do continente nos últimos 50 anos, em particular a consolidação da independência política e o fim do colonialismo.

Presidente da Comissão da UA - União Africana

Na ocasião do 50º aniversário da união, apontou a ex-chanceler sul-africana, “devemos ser conscientes das expectativas dos nossos povos e de que devemos sair desta cimeira (a 21ª reunião ordinária de chefes de Estado e de Governo) como fizeram nossos pais fundadores em 1963”.

"Como em 1963, quando os Estados fundadores deram os primeiros passos em direção à independência política, em 2013 vemos a África decolando até a paz e a prosperidade", disse a presidenta, que também fez um balanço comparativo dos altos e baixos da evolução continental.

Há exatamente meio século, indicou, “muitos países africanos estavam na mesma situação ou tinham um Produto Interno Bruto (PIB) maior que suas contrapartes na Ásia”, disse Zuma, ao adicionar que Gana possuía em 1960 o mesmo PIB per capita que a Coreia do Sul.

“Até 1975, o país em desenvolvimento de mais rápido crescimento econômico foi o Gabão, enquanto o índice de crescimento do Botswana superava o de Hong Kong, Taiwan, Malásia e Tailândia, e apenas há 30 anos atrás, a China era mais pobre que Malaui”, completou.

Zuma elogiou o fato de que e 2013 as nações africanas constituem a maioria das 10 economias de más rápido crescimento no mundo, e que de 2001 a 2010 a ascensão do PIB africano competia com a da Ásia, em 4,4% ao ano.

“O crescimento da África registra uma média de 5% anual há mais de uma década, muito maior que o de outros períodos desde o início da década de 1970”, comparou a titular da UA, baseada em dados atualizados da organização.

Entretanto, Zuma observou que apesar do progresso da última década na frente econômica, “ele ainda não se traduz em uma rápida transformação social, incremento de trabalhos, de qualidade, renda e desenvolvimento sustentável”.

A sul-africana disse ainda que também não se constara uma redução rápida das desigualdades e da pobreza, e que por isso a “África ainda tem os mais baixos indicadores de desenvolvimento humano de qualquer região do mundo”.

Por outro lado, em um discurso otimista, Zuma citou um editor da revista Nova África, que afirmou que “os quatro cavaleiros do apocalipse estão de retirada, e uma promessa está se cumprindo, que este berço da humanidade se afasta do jugo da servidão, negligência e abuso para tomar o seu lugar junto a outros”.

Zuma ressaltou que as razões para este otimismo estão nos recursos naturais do continente, da água, da terra cultivável ainda subutilizada, seu potencial de geração de energia, assim como em suas longas costas, ricas em recursos marinhos, entre outros.

A titular deu ênfase particular na população africana, que definiu como o maior recurso e potencial da região, em especial a juventude e as mulheres, além de ressaltar a evolução das cidades, as relações empresariais e os negócios em geral.

Com Prensa Latina