União Africana define plano de integração e desenvolvimento

A fim de viabilizar a articulação da Agenda 2063 para a África, os governantes do continente definem nesta terça-feira (28) um plano estratégico que estabelece as bases para um desenvolvimento regional próspero, integrado, pacífico e inclusivo. O Plano Estratégico 2014-2017 foi aprovado nesta segunda pelos chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) ao finalizar a sua 21ª cimeira, e logo após o aniversário de 50 anos de fundação da Organização da Unidade Africana, a entidade precursora.

Cimeira União Africana Maio 2013 - AP

De acordo com o presidente de turno da UA e primeiro-ministro da Etiópia, Haile Mariam Dessalegn, o documento adotado permitirá à África se preparar nos próximos quatro anos para desempenhar um papel mais dinâmico a escala continental e global, que entrone as expectativas para 2063.

A Comissão da UA, presidida pela sul-africana Nkosazana Dlamini Zuma, tem ante sim as ferramentas para acelerar o progresso faz a integração e definir prioridades, começando por desenvolver a capacidade humana com ênfase em saúde, educação, ciência, investigação, inovação e tecnologia.

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Em uma entrevista com a Prensa Latina, o chefe de gabinete de Zuma, Jean Baptiste Natama, assinalou que como segunda prioridade do plano se situa no impulso ao setor da agricultura e o processamento agrícola, seguidos de um desenvolvimento econômico inclusivo.

“Para isso é imperativo favorecer a industrialização, o desenvolvimento de infraestruturas, a própria agricultura, o comércio e o investimento, mas tudo isso pressupõe um ambiente de paz, estabilidade e boa governança na África”, disse o funcionário.

Dado que um elevado porcentagem da população africana é jovem e quase a metade é mulher, se impõe conceder maior protagonismo a esses segmentos em todas as atividades da UA, assim como mobilizar recursos, procurando cada vez menos dependência do exterior.

Outras duas prioridades do plano são construir uma União Africana centrada nas pessoas através de uma comunicação ativa, e fortalecer a capacidade institucional da própria entidade e todos seus órgãos para, segundo Dessalegn, contar com uma Comissão "eficiente, responsável e receptiva".

Zuma, entretanto, considerou o documento um passo a mais em direção à chamada Visão África 2063, quando serão cumpridos os 100 anos de fundação da OUA, e por isso constitui o marco que ressalta todas as prioridades para s próximos quatro anos, e serve de guia para a sua implementação.

A referida estratégia busca estabelecer as bases para criar bens públicos continentais e propiciar as condições necessárias para a paz, a segurança, a estabilidade política e o crescimento econômico.

A partir do pressuposto de que toda ação a favor da integração e a prosperidade tem como protagonistas principais aos habitantes do continente, a Comissão da UA também concedeu um peso significativo à diáspora africana, particularmente no Caribe e América Latina.

Os afrodescendentes, estejam onde estejam, terão participação na definição e execução da Agenda 2063 para África, um ambicioso projeto que toca os aspectos mais sensível e traumáticos para o continente, para situá-lo na senda de um desenvolvimento sustentável e tangível para o povo africano.

Não por casualidade o plano propicia à Comissão espaço para que desempenhe o seu papel facilitador, concretamente com respeito às políticas e estratégias, coordenar e catalisar a agenda de integração e a socioeconômica da África, construir consensos e compartir informação.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho