SSA: Programa Alfa e Beto é contestado por especialistas

O Programa Alfa e Beto, voltado para a alfabetização e em processo de implantação na rede municipal de ensino de Salvador, foi duramente criticado por educadores, durante a audiência pública que discutiu a situação da educação na cidade, realizada esta segunda-feira (25), na Câmara.duca

No debate dirigido pelo presidente da Comissão de Educação do Legislativo Municipal, o vereador Sílvio Humberto (PSB), os especialistas no assunto assinalaram que o modelo está defasado e os mais de R$ 12 milhões investidos poderiam ser aplicados em outras demandas, como na infraestrutura das unidades escolares.

Como as escolas municipais têm até o próximo dia 28 para informar se adotarão ou não o programa, conforme explanou Eliezer Cruz, sub-secretário da Educação, a Comissão pediu a prorrogação da data. Independentemente disso, categoria já disse não ao Alfa e Beto por considerá-lo um retrocesso.

Especialista em educação, o professor Walter Takemoto, da Universidade Federal da Bahia, relatou que o Alfa e Beto vem sendo discutido desde 2002 e, em 2003, foi lançado por Antonio Carlos Magalhães no programa educacional do PFL. Na sua avaliação, “é um absurdo a sua implantação”. Para Takemoto, “a escola de hoje é reflexo de décadas de descaso com a escola pública e o que querem implantar é a continuidade deste descaso”. Ele frisou que “a transformação na sala de aula passa pela transformação da relação do professor com o seu aluno”.

O Programa Alfa e Beto é um modelo de alfabetização que vem sendo criticado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), por professores e especialista em educação. Por conta disso, os professores fizeram o Dia da Devolução, no começo do mês, depositando os kits recebidos na porta da Secretaria da Educação.

De Salvador, Maiana Brito
Com informações da Ascom da Câmara Municipal