“A luta dos povos é uma expressão universal”, diz Edson França

Para os movimentos sociais brasileiros que estão em Túnis, na Tunísia, viver o Fórum Social Mundial da Tunísia, que acontecerá até sábado (30), é um momento histórico e bastante especial. É o que garante Edson França, presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro) e também historiador.

Por Deborah Moreira especial de Túnis para o Vermelho

“É um sentimento bastante especial, de bastante alegria, e nos dá uma convicção de que cada vez mais o mundo está globalizado. Falamos línguas universais, a liberdade é uma língua universal, a luta do povo é uma expressão universal”, declarou Edson durante a marcha de abertura do FSM, na terça-feira (24).

“Estamos conhecendo o movimento negro na Tunísia e nos demais países árabes e estamos bastante otimistas sobre tudo que estamos trocando”, destacou o militante comunista. Ele frisou as distorções que existem na mídia hegemônica do Brasil, que só divulga os conflitos e sempre do ponto de vista negativo.

“A de se perceber aqui na Tunísia uma relativa democracia. A gente tem informação geralmente da grande mídia essencialmente críticas. Mas já dá para perceber, até aqui na marcha, que é um povo que tem tradição de protesto, de rua. A gente vê uma presença de mulheres, com ou sem burcas, de juventude, uma unidade nas palavras de ordem e uma certa força no ativismo”, observou o presidente da Unegro, que, ao contrário do que veiculam os grandes jornais brasileiros, afirma ter uma visão “bastante positiva” sobre a unidade dos povos árabes.

Para a liderança do movimento negro brasileiro, a troca de experiências e de ideias é o principal combustível do FSM.

“O tema das revoluções, assim como eles têm dito, não está terminado, e eles estão dando continuidade a esse processo. E certamente ainda vai crescer bastante. Com isso, cresce também o Fórum Social Mundial, uma vez que o Fórum continua sendo o espaço mais importante de aglutinação do pensamento antineoliberal dos movimentos sociais. O Fórum tem que continuar”, enfatizou Edson.

Ouça a íntegra da entrevista: