Para Secretário da Aladi, AL é protagonista de um mundo diferente
A América Latina pode ser transformada em um ator importante e ser uma das regiões protagonistas de um mundo diferente, afirmou, nesta sexta-feira (29), Carlos "Chacho" Álvarez, secretário-geral da Associação Latino-americana de Integração (Aladi).
Publicado 29/03/2013 16:13
“Temos que ser muito otimistas, porque estamos vivendo um momento muito excepcional na região”, insistiu Álvarez durante uma entrevista com a Prensa Latina na sede da Aladi em Montevidéu.
“Com a criação da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) começou uma verdadeira ideia de América Latina e Caribe para os latino-americanos e caribenhos. Estamos diante de uma mudança absoluta de época”, opinou.
“É uma América Latina que recupera sua autoestima e que insinua de maneira importante, que – se há vontade política, decisão e liderança – podemos ser uma das regiões protagonistas de um mundo novo, que deixa a bipolaridade e passa a ser um mundo multipolar”.
O também ex-vice-presidente argentino definiu o momento da fundação da Celac como "o fim da Doutrina Monroe, que determinava que a América era para os norte-americanos".
Há uma década a esquerda e a centro-esquerda demonstram que podem governar seus países com eficácia no gerenciamento do crescimento e, ao mesmo tempo, com um combate – que se demonstra exitoso – contra a pobreza e a indigência, apontou.
Álvarez afirmou que, "diferentemente do que aconteceu na Europa, que chegou a ser um gigante econômico, mas um anão político", a América Latina, aproveitando a Celac, tem que tratar de unificar seus pontos de vista sobre os grandes temas do mundo.
"Tem que unificar posições e estratégias nos organismos multilaterais, nas Nações Unidas, e se transformar em ator político desse mundo da globalização que acreditamos outra, mais justa, menos assimétrica e sem domínios bipolares. Essa é a grande tarefa da América Latina", disse.
Diante de outra pergunta da Prensa Latina, disse que entre essas grandes tarefas destaca a redistribuição da renda, para "deixar de ser o continente mais desigual do mundo".
A Celac, apontou, é o organismo chamado para protagonizar este processo e tem que se nutrir do melhor dos organismos subregionais.
Pátria grande
Ao refletir sobre como, por exemplo, conseguir uma maior aproximação do Caribe com a América do Sul, recordou os esforços do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, que "estabeleceu uma política com uma visão integral".
Essa política tem que ser tomada, em parte, junto com os países, os organismos sub-regionais, tratando de associar mais suas agendas e ajudar a se conhecer mais inter-regionalmente.
O secretário-geral da Aladi antecipou que o organismo pretende realizar neste ano um evento para impulsionar mais a integração, o comércio e o investimento entre os latino-americanos e chamou a construir um espaço interior mais articulado nessas esferas.
Muitas das coisas que são feitas na Aladi, que reúne um bom número de países latino-americanos, podem ser insumos para a Celac, disse ao destacar sua alegria pela presidência pró-tempore de Cuba: "sabemos do compromisso de Cuba com a integração latino-americana e estaremos totalmente predispostos a colaborar e a cooperar com tudo o que nos peça".
Acho que esta associação tem que se pôr ao serviço dessa estratégia e dessa "América Latina como ideia", insistiu, depois de reiterar que a região vive um momento excepcional.
Fonte: Prensa Latina