Para Feliciano, comissão era 'dominada por Satanás' antes de sua chegada
Alvo de protestos contra sua permanência na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou que o colegiado era "dominado por Satanás" antes de sua chegada ao posto. As novas infelizes declarações do pastor aconteceram na sexta-feira (29), durante um culto num ginásio de Passos (348 km de BH), no sul de Minas Gerais.
Publicado 01/04/2013 11:20
Ao comentar um protesto contra ele que ocorria do lado de fora, afirmou: "Essa manifestação toda se dá porque, pela primeira vez na história desse Brasil, um pastor cheio de espírito santo conquistou o espaço que até ontem era dominado por Satanás".
Criada em 1995, a comissão já foi presidida por 15 parlamentares antes de Feliciano. O deputado pastor vem sendo alvo de protestos desde o dia que foi escolhido por seu partido para presidir o colegiado, no início de março.
Ativistas o acusam de ser homofóbico e racista. Citam declarações e mensagens que ele postou no Twitter. Feliciano diz ser mal interpretado. A fala sobre Satanás na comissão foi divulgada no YouTube. Na sequência, ele criticou a realização de um seminário sobre "diversidade sexual na primeira infância" feito pelo órgão em 2012. "Eu morro, mas não abandono minha fé", gritou.
O deputado, que se diz "perseguido" e pediu apoio dos fiéis contra os manifestantes. "Se é para gritar, tem um povo que sabe o que é grito. […] Nós (evangélicos) sabemos qual é o poder da nossa fé." Feliciano disse ainda que igrejas estão desmarcando participações dele em eventos em razão dos protestos. Ele afirmou que 23 dos 30 compromissos de março foram cancelados.
O PSC calcula que a repercussão em torno do deputado deverá triplicar os 211 mil votos que ele obteve em 2010. Feliciano também usou o culto para criticar a mídia ("tendenciosa") e as atrizes Fernanda Montenegro e Camila Amado, que se beijaram na boca na semana passada num ato de repúdio ao pastor.
"Mal sabem elas que não estavam me atormentando. Estavam mostrando ao povo brasileiro -que ainda é um povo família, que respeita o ser humano -, que o que eles lutam não é por direitos, mas é por privilégios."
Fonte: Folha de S.Paulo