Ampliando o debate, por Lígia Teixeira

 

Flávio Dino e Movimentos Sociais
Na última sexta-feira (05) o presidente da EMBRATUR, Flávio Dino (PCdoB), esteve reunido em São Luís com movimentos sociais de diversos setores da sociedade que apresentaram pontos para o projeto de governo que o pré-candidato ao governo do estado está elaborando.

Desde a década de 1960, os discursos usados governo após governo se associam à ideia de “mudança” e de “novidade”, mas nas práticas, a organização dos modelos de ação política seguiu a mesmíssima cartilha de atuação divorciada dos interesses das bases.

Tendo como principais interlocutores os mesmos chefes locais, cujas raízes remontam à origem da república velha, os políticos tradicionais do Maranhão mantiveram-se no poder falando em novidades, mas repetindo as velhas práticas.

Por essas razões, o gesto de Flávio Dino, principal líder da oposição, é mais do que um gesto político, é a reinauguração de um projeto que prioriza a sociedade a partir da mediação da própria sociedade.

O ex-governador José Reinaldo Tavares, severo crítico do modo como o grupo Sarney organizou sua estrutura de poder, defende que as lideranças de oposição adotem as mesmas práticas de cooptação tradicionais e deixem o discurso da mudança baseada mais na ideia de troca de nomes do que necessariamente de práticas.

José Reinaldo está certo quando diz que os maranhenses mais pobres ainda dependem dos tradicionais chefes locais para garantir a subsistência. O ex-governador apenas esquece que tal fato não anula a capacidade autônoma das pessoas de pensarem por si.

O gesto de Flávio Dino, no fim das contas não inviabiliza uma aproximação com as lideranças políticas, ao contrário. Na construção de um diálogo que abarca a todos, indistintamente, a adesão de líderes políticos acaba sendo o efeito natural de um debate público que tende a se ampliar na medida em que todos se sentem incluídos.

Aliás, o efeito da ampliação do debate público promovida por Dino, já pode ser percebida nas ruas com a retomada do otimismo em relação ao Maranhão.

Aos poucos, o esgotamento com a realidade atual do estado vai sendo substituído pela percepção de uma inclusão coletiva na agenda política, que permita a formulação de soluções práticas e possíveis de serem executadas.

E esse é o primeiro e definitivo passo para a mudança verdadeira que o Maranhão ainda não experimentou.

Fonte: Maranhão da Gente.