Chilenos saem às ruas por reforma na educação

Mais de 100 mil pessoas marcharam nesta quinta-feira (11) pelas ruas do Chile para manifestar repúdio ao lucro na educação e pedir um ensino público gratuito e de qualidade.

Protesto estudantes chile

Segundo os organizadores, cerca de 150 mil pessoas participaram do protesto. A marcha ocorreu de maneira pacífica em todo seu trajeto, com grande colorido, bandas de música, grupos de dança e dramatizações alegóricas contra a repressão imposta durante a ditadura de Augusto Pinochet  (1973-1990). 

“E vai cair, e vai cair a educação de Pinochet”, “Chilenos: saiam a marchar, para que seus filhos possam estudar!”, foram algumas das consignas mais entoadas pela multidão.

“A enorme quantidade de pessoas que participaram da marcha evidencia que para os estudantes, para os professores, para nossas famílias, continua sendo possível construir um país mais justo, uma país igualitário”, expressou o porta-voz da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), Andrés Fielbaum.

Por sua vez, Eloísa González, porta-voz da Assembleia Coordenadora de Estudantes Secundaristas, qualificou de exitosa a marcha e destacou a potencialidade do discurso, com muita clareza sobre as demandas estudantis.

“O que vimos hoje é uma demonstração de forças muito positiva para o movimento estudantil”, considerou.  Segundo a jovem, 2012 foi um ano em que se coltou a articular e construir as organizações estudantil para voltar a sair às ruas em 2013 e isso se refletiu na marcha desta quinta-feira (11). 

Herança de Pinochet

Desde as grandes mobilizações de 2011, os estudantes chilenos reclamam uma profunda reforma para o atual sistema educacional, herdado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) regime que reduziu para menos da metade o orçamento público para a educação e incentivou o ensino privado.

Com essa fórmula, as reformas de Pinochet estabeleceram no país um dos sistemas educativos mais desiguais, segundo relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento.

Como consequência desta equação, somente 40% dos estudantes do ensino médio no país estão nas escolas públicas gratuitas.

Fonte: Prensa Latina