Golpe de Estado, golpe da vida: depoimentos de 11 de abril

Quais são as lembranças dos chavistas de 11 de abril de 2002? O que os faz seguir apoiando o projeto de Chávez 11 anos depois? Confira os depoimentos colhidos entre os milhões de chavistas que foram às ruas de Caracas para o fechamento da campanha de seu candidato nesta quinta-feira, também 11 de abril.

Por Leonardo Wexell Severo* e Vinicius Mansur**, de Caracas

Venezuela - persongem - Vinicius Mansur/ComunicaSul

Erica Castro, estudante de Turismo,17 anos, disse não se lembrar do golpe de 2002, mas credita aos pais o estímulo a participação política. “Me ensinaram ver as coisas boas e más da revolução. E acho o chavismo a melhor opção.”

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Já sua mãe, Rosa Castro, 51 anos, deu os créditos à Chávez. "Vim para respaldar o presidente, que está aqui! No meu coração, na minha alma, nas minhas vísceras, como dizia ele. Em minha pele, nesta tatuagem que tenho, no meu sentimento. Eu vou apoiá-lo até o dia que eu morra. Porque ele não está morto. Ele se vai quando morra eu. E ficará entre os demais.”
                                                   Foto: Joka Madruga
Rosa Mendoza, liderança comunitária, 57 anos:

“Nos meus 57 anos, guardo recordações muito más. As daquele 11 de abril foram terríveis com toda a perseguição e repressão que se seguiu por parte dos golpistas contra os apoiadores do presidente. É importante lembrar, também, que muitas pessoas foram enganadas, estimuladas pela distorção e desinformação dos meios de comunicação. De lá para cá nosso país avançou muito, as pessoas despertaram e agora temos essa união que nos faz cada vez mais fortes. Então, muito mais do que garantir água, luz, educação e saúde, o que o processo revolucionário nos deu foi dignidade.”

                                                                                                                                Foto:Leonardo Wexell Severo
Bismark Vargas, operário da construção civil:

“A mobilização e a união do nosso povo, essa foi a maior conquista que nos deixou o presidente Chávez. Nosso voto será em Maduro para continuar avançando esse processo, para seguir transformando o país.”

                                                   Foto: Joka Madruga
Ramona Helena Martines, 69 anos:

“Por mais que Chávez tenha trabalhado de forma incansável pela terceira idade, garantindo o pagamento de pensões e valorizando conforme o aumento do salário mínimo, o maior bem que nos fez foi a Constituição. São os nossos maiores direitos, que me acompanham para onde vou. Sempre comigo”

                                           

Foto:Leonardo Wexell Severo

Gleiver Pino, técnico em telecomunicação:

“A união do povo foi o maior legado do presidente Chávez. Agora nos cabe seguir juntos, caminhando rumo ao socialismo.”


Foto: Joka Madruga

Maria Conceição Herrena, aposentada:

“Tenho 82 anos, sou madrilenha e vivo há mais de 40 na Venezuela. Vi o que foi a tentativa de golpe contra Chávez no 11 de abril de 2002, assim como lembro da tragédia do governo fascista de Franco na Espanha. Capriles, esse menino riquinho, me lembra ele. ”

* Leonardo Wexell Severo é jornalista e integra, em Caracas o coletivo ComunicaSul de comunicação colaborativa.

**Vinicius Mansur é jornalista da Carta Maior e integra, em Caracas, o ComunicaSul 

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