Venezuela encerra os 10 dias de campanha presidencial

O encerramento da campanha ocorreu na noite desta quinta-feira (11), com comícios dos dois principais candidatos à Presidência da Venezuela para as eleições de domingo (14).

Povo manifesta apoio na chegada de Chávez - AVN

A situação buscou resgatar a trajetória e o legado do presidente Hugo Chávez, reafirmando sua ligação com o candidato socialista Nicolás Maduro. A oposição, representada por Henrique Capriles, tentou mostrar a oportunidade de conquistar uma “nova Venezuela”.

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Nicolás Maduro

Maduro abriu seu discurso afirmando: "Sou chavista, socialista e anti-imperialista. Aqui todos têm consciência de que vão votar por Chávez".

Acompanhado por sua mulher, Cilia Flores e do amigo, Maradona, Maduro subiu ao palanque com um chapéu adornado com um passarinho, para lembrar a visita que Chávez lhe fez sob a forma de pássaro, quando cantou para dar sua benção e prever a vitória nas eleições de domingo.

"Quero merecer a confiança do comandante, espero estar à altura da responsabilidade que ele me deu, quero estar à altura deste povo. Terão em mim um pai, seu presidente. Serei o presidente dos pobres", prometeu o ex-motorista de ônibus, de 50 anos.

O candidato socialista, que chegou ao comício a bordo de uma caminhonete, foi saudado por milhares de pessoas das janelas dos prédios de Caracas, ao final de uma campanha de apenas dez dias.

No comício desta quinta (11) à noite em Caracas, para encerrar a campanha de Maduro, foram exibidos trechos com o final da campanha do presidente Hugo Chávez nas eleições de outubro do ano passado e do último discurso de Chávez em dezembro, antes de viajar para Cuba para ser operado em sua luta contra o câncer.

A multidão assistiu em um telão Chávez dizer: “Se algo acontecer eu peço que votem em Nicolás Maduro, porque ele é um dos líderes jovens com maior capacidade para a Presidência da República. Eu peço de coração”. O comício teve a participação do ex-jogador de futebol argentino Diego Maradona e das filhas de Hugo Chávez.

A lembrança de Chávez também foi cultivada em cada grito de guerra: “Chávez para sempre, Maduro presidente!” O candidato lembrou sua relação pessoal com Chávez, que o escolheu para sucedê-lo e falou que o maior legado deixado pelo presidente morto foi a inclusão social. “Ele inaugurou uma época histórica e democrática de união e participação das maiorias que foram excluídas”, disse Maduro, prometendo continuar as missões sociais criadas por Chávez.

Henrique Capriles

A oposição terminou a campanha na cidade de Barquisimeto, estado de Lara, no que chamou de Cruzada pela Venezuela. Capriles apostou em um discurso de promessas, prometendo manter programas sociais desenvolvidos por Chávez e valorizar o bolívar em relação ao dólar, resgatando o valor da moeda.

O candidato de oposição Capriles, de 40 anos, governador do Estado de Miranda, diz que os venezuelanos precisam de uma mudança. Ele espera que um último fôlego o leve à vitória — algo que analistas consideram improvável.

Capriles foi derrotado por Chávez numa eleição presidencial em outubro passado. Desta vez, ele abandonou o tom respeitoso que demonstrava pelo presidente e passou a fazer ataques mais agressivos contra seus rivais.

Pesquisas

Segundo pesquisa do instituto Datanálisis publicada nesta quinta-feira, Maduro tem 9,7 pontos de vantagem sobre Capriles, com 54,8% das intenções de voto, contra 45,1%.

Em 18 de março, outra pesquisa Datanálisis dava vantagem de 14,4 pontos para Maduro, com 49,2% contra 34,8% para Capriles.

A publicação de pesquisas está proibida até o dia 14, data da eleição.

Com agências