"Nós não negociaremos com a inflação", assegura Dilma

Em evento que marcou a retomada da produção nacional de insulina humana, nesta terça-feira (16), em Belo Horizonte, a presidenta Dilma Rousseff reafirmou que está otimista em relação ao Brasil e que tem a convicção de que o país vai crescer em 2013, apesar do momento internacional difícil. Dilma lembrou que o combate à inflação foi uma conquista dos últimos dez anos, e que é preciso criar um ambiente em que se valorize a inovação. Para ela, “a hora do Brasil é agora”.

“Nós jamais voltaremos a ter aqueles juros, que a qualquer necessidade de mexida, elevava os juros para 15%. Porque estava em 12% a taxa de juros, real. Hoje, nós temos uma taxa de juros real bem baixa. Qualquer necessidade, para combate à inflação, será possível fazer num patamar bem menor. (…) Nós não negociaremos com a inflação. Nós não teremos o menor problema em ataca-la sistematicamente. Nós queremos que esse país se mantenha estável”, afirmou.

A presidenta ressaltou que o Brasil ainda enfrenta o momento de crise mantendo a robustez e a capacidade de fazer política industrial sem desempregar ou reduzir direitos dos trabalhadores. Também lembrou que o governo, em vez de aumentar impostos, como acontece no resto do mundo, conseguiu reduzi-los; e que foi encontrado um maior equilíbrio entre as variáveis macroeconômicas, com a mudança no patamar dos juros.

Ela ainda criticou o que chamou de “pessimismo especializado ou de plantão”. “Um pessimismo que nunca olha o que já conquistamos e a situação em que estamos, sempre já achando que a catástrofe é amanhã”, disse. “Não há a menor hipótese de o Brasil, este ano, não crescer. Eu estou otimista com o Brasil. Tenho certeza de que nós vamos colher aquilo que plantamos e plantamos muitas sementes e hoje aqui acabamos de plantar mais uma”, destacou.

Produção nacional de insulina humana

A previsão é de que, nos próximos cinco anos, sejam investidos R$ 430 milhões, entre recursos do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Celebramos a organização da demanda do Estado para que ele dê condições, para que uma empresa se forme, no Brasil, numa área de fronteira tecnológica, como a área da biotecnologia. (…) Vejo um ambiente muito favorável para o estabelecimento da [empresa] Biomm. (… ) Temos hoje a certeza que colocaremos insulina em todas farmácias populares do Brasil e conseguiremos mudar a história do país”, afirmou Dilma.

A fabricação ficará a cargo da empresa brasileira Biomm, que deve começar a produzir a partir de 2015. A população deverá ter acesso ao medicamento a partir de 2017. O Brasil deixou de confeccionar insulina em 1999, e a retomada reduz a vulnerabilidade do país frente a crises internacionais de oferta do produto. Atualmente, são 10 milhões de brasileiros diabéticos, e 1,1 milhão recebem o medicamento do Sistema Único de Saúde.

Fonte: Blog do Planalto