Professores de São Paulo votam greve nesta sexta

Os 220 mil docentes da rede pública do estado de São Paulo paralisam as atividades a partir desta sexta-feira (19), para reivindicar reposição das perdas salariais, cumprimento da jornada de trabalho da Lei do Piso Nacional. "O governo anuncia um índice que na prática não é", denuncia Francisca Pereira da Rocha Seixas, vice-presidenta da Apeoesp, o Sindicato dos Professores de São Paulo, em entrevista à Rádio Vermelho.

A categoria também exige a reformulação do programa Escola de Tempo Integral e são contra a privatização do Hospital do Servidor Público Estadual, o que o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), que administra o hospital, nega.

Cerca de cinco mil docentes, presentes na assembleia estadual realizada na tarde da última sexta-feira (12), na Praça da Sé, em São Paulo, decidiram pela paralisação.

Um nova assembleia será realizada no primeiro dia de greve (19), às 14h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, para votar o início da greve na segunda-feira (22). Está programada uma passeata até a Praça da República.

"O governo anuncia um índice que na prática não é. Em 2011 anunciou 42% mas não disse à população que nesses 42% tinha a incorporação de uma gratificação geral, que os professores já recebiam, a terceira parcela de outra gratificação por atividade do magistério, que os professores também já recebiam. Logo não recuperou o poder de compra do professores", declara Francisca Seixas, que contesta ainda o anúncio feito pelo governo do estado de que concedeu 8,1% de reajuste. De acordo com os professores, 6% desses 8,1% fazem parte da Lei Salarial acordada em 2011, que foi parcelada em quatro vezes – para serem pagas em 2011, 2012, 2013 e 2014.

A categoria exige 36,74% de reajuste salarial. Com relação aos alunos do ensino integral, os professores não querem a diminuição de disciplinas no Ensino Fundamental, como geografia e história, que foram retiradas do currículo das turmas do ensino integral, e também a não contratação de institutos para as oficinas complementares do horário integral, o que eles classificam como "privatização".

Deborah Moreira
Para a Rádio Vermelho

Confira entrevista na íntregra concedida para a Rádio Vermelho: