Comunidade pesqueira está apreensivas com terminal da Petrobras

Lideranças de comunidades de pescadores situadas na área de influência do Terminal de Regaseificação da Petrobras prometem intensificar os protestos contra a instalação do empreendimento, localizado na Baía de Todos-os-Santos. Na última quinta-feira (18/4), foi realizada mais uma reunião entre representantes da petrolífera brasileira e dos pescadores, no prédio da Universidade Petrobras, em Salvador, que terminou sem acordo.

Os pescadores das ilhas de Bom Jesus dos Passos, dos Frades e de Maré pedem contrapartidas para as comunidades do entorno da obra e a implantação de programas sustentáveis de pesca, como forma de minimizar os impactos causados pelas obras de implantação. “Estamos tentando de uma boa forma, em uma mesa de diálogo, com paciência ainda, negociar junto a eles. Mas eles estão levando no descaso”, declarou o presidente da colônia de pescadores das Ilhas de Bom Jesus dos Passos e dos Frades, Antonio Jorge Teixeira, em entrevista a um site de notícias local.

Segundo o dirigente, os pescadores solicitaram à Petrobras como contrapartida a regularização das embarcações pesqueiras, dois salários míninos, por dois meses, para cada tripulante de cada embarcação, além de combustível para que os barcos possam navegar em uma distância superior a atual, já que eles estariam prejudicados com as obras do terminal.

“Nós não somos contra o empreendimento. O progresso está aqui para ser feito. Mas que não só a Petrobras ganhe, mas as comunidades tenham a sua compensação pelos prejuízos que o terminal está causando”, cobrou. De acordo com Teixeira, a obra tem comprometido o sustento de centenas de famílias.

“A Petrobras com o seu empreendimento empata as famílias de tirar seus sustentos. Pescadores deixam de pescar perdendo seus aviamentos. Marisqueiras deixam de pescar à noite. As lanchas [da Petrobras] passam em alta velocidade, o que contribuem para virar as canoas. Então, a partir do momento que você não pesca, não tem pescado. E tudo isso é prejuízo. E como é que esse povo todo conseguirá se sustentar?”, questionou.

O site Bahia Notícias tentou entrar em contato com a Petrobras, mas os responsáveis pelo terminal não foram localizados no fim de semana. "Se continuar isso iremos para um novo movimento. Fizemos um movimento com cerca de 100 embarcações. Nós não estamos querendo isso, preferimos um acordo. Mas, agora, se formos para cima será seguro", prometeu.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro
Com informações do Bahia Notícias