CPI do Tráfico de Pessoas vai ouvir José Maria Marin 

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, é o convidado da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas para falar nesta terça-feira (23) sobre o aliciamento de crianças e adolescentes para participar de escolinhas e clubes de futebol. Durante a audiência pública, poderão ser tratados ainda outros temas relativos ao tráfico de pessoas envolvendo o futebol.

A CPI investigou o caso do Clube Portuguesa Santista, que poderá ser enquadrado na lei de tráfico de pessoas (Protocolo de Palermo), após solicitação do promotor da infância e da juventude de Santos (SP), Carlos Carmello.

A Portuguesa é acusada de ter usado jogadores de categorias de base vindos do Pará em campeonatos estaduais com a camisa do clube, sem atendimento adequado. Os fatos contrariam a Lei Pelé, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e as leis internacionais que condenam a exploração de pessoas.

“É importante que a CPI possa ouvir o senhor José Maria Marin, para tomar conhecimento das providências que estão sendo tomadas pela CBF para que esse tipo de crime não ocorra”, afirma o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), autor do requerimento para que Marin seja ouvido.

O promotor Carlos Carmello e a procuradora da República Ella Castilho trabalham para inibir a ação de exploradores de pessoas que prometem aos pais dos jogadores sucesso profissional e riqueza para seus filhos na carreira de jogadores de futebol, lembra o deputado.

De acordo com informações presentes na denúncia, as famílias paraenses davam dinheiro ao “olheiro” para pagar a alimentação dos filhos, mas as crianças passavam fome. A procuradora Ella Castilho destacou em artigo recente que “o consentimento é irrelevante para a configuração do tráfico”.

Já o procurador Carmello afirmou que “no caso dos pais dos meninos que deram autorização escrita para que seus filhos viessem para São Paulo do interior do Pará, pelas mãos de um “olheiro”, a fragilidade social é mais forte que o consentimento legal”.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara