"Nunca cometi crimes e estou tranquilo", diz Genoino

O deputado federal José Genoino (PT-SP) disse na tarde desta terça-feira (23) que não sente indignação nem pressão popular daqueles que condenam sua manutenção na Câmara mesmo após ele ter sido condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pela participação no esquema do mensalão.

"Que pressão? Não tem pressão nenhuma. Estou tranquilo. Cabeça serena da inocência", afirmou pouco antes de início da reunião da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) da Câmara, da qual é membro.

"Este deputado não cometeu crime. Pode olhar no meu olho. Este deputado não cometeu crime. Mora na mesma casa há 28 anos. Moro no hotel Torre (quando está em Brasília)", acrescentou o parlamentar.

"Eu tenho a minha consciência, porque eu nunca cometi crimes. Essa é minha consciência. Processos? A gente se defende. Aí você fala com o meu advogado", continuou Genoino. "Os empréstimos que eu assinei foram legais, foram pagos judicialmente. Eu sempre tive uma vida modesta nesta Casa (referindo-se à Câmara)", acrescentou Genoino.

"O que vale nesses momentos é consciência da tua verdade e não o que os outros podem julgar", declarou.

O defensor de Genoino, o advogado Luiz Fernando Pacheco, disse que há falhas no processo e vai questionar as omissões de provas no julgamento que atestem o envolvimento de seu cliente.

"O acórdão foi omisso principalmente porque não aponta em que circunstâncias o Genoino teria participado da formação de quadrilha nem aponta quando, onde e o porquê ele teria praticado corrupção ativa. São os principais pontos que a gente vai atacar", disse o advogado.

Na denúncia do Ministério Público, Genoino era apontado como interlocutor político, participando de reuniões com dirigentes dos partidos da base aliada e foi, ao lado do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, avalista formal de empréstimos junto ao Banco Rural e BMG.

Genoino continuará no cargo até que todos os seus recursos do caso sejam julgados e não couberem mais embargos. Além do petista, estão na mesma situação os deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). 

Acórdão

Com a publicação do acórdão nesta segunda-feira (22), o prazo para a entrada dos embargos de declaração começou nesta terça-feira (23) e termina no próximo dia 2 de maio.

Com informações do Uol