Diálogo entre Farc e governo ganha novo impulso

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) e o governo nacional voltam nesta terça-feira (23) à mesa de conversações para continuar um diálogo que pretende selar a paz, depois mais de meio século de enfrentamento armado.

Depois de um recesso que durou um mês – um descanso ativo, como definem as partes em um comunicado conjunto – os representantes da guerrilha e o governo de Juan Manuel Santos voltam ao Palácio das Convenções de Havana, sede habitual das conversações iniciadas em 19 de novembro do ano passado, que têm Cuba e Noruega como países garantidores.

De acordo com o documento, durante o recesso as partes se dedicariam a trabalhar separadamente nos subtemas que ainda restam do primeiro ponto da agenda referente ao desenvolvimento agrário, que tem centralizado as discussões até o momento.

O texto diz ainda que as Farc-EP e o governo realizariam no período de recesso atividades para preparar o foro sobre participação política previsto para os dias 28, 29 e 30 de abril em Bogotá, em que se espera a presença de 1.200 pessoas.

Isto suscita expectativas de que nas próximas jornadas a mesa de diálogo chegue a acordos sobre o primeiro ponto e passe ao seguinte, que se refere às garantias da participação política.

Os outros quatro temas da agenda são o fim do conflito armado, a solução ao problema das drogas ilícitas, os direitos das vítimas e os mecanismos de verificação e referendo do que seja acordado na mesa de diálogo.

No que se refere ao tema agrário, no término do último ciclo de conversações realizado, as partes manifestaram que foram conseguidos avanços e aproximações quanto ao acesso e uso da terra, embora persistam obstáculos ao progresso das conversações.

De qualquer maneira, ambas as delegações reiteraram manifestações positivas acerca do avanço do processo.

Durante o mês de abril, realizaram-se na Colômbia várias atividades voltadas a impulsionar a paz, entre as quais sobressaem uma marcha geral com a participação estimada de mais de um milhão de pessoas, assim como um Congresso pela Paz do qual participaram mais de 20 mil pessoas de 16 países.

Prensa Latina / Blog da Resistência [www.zereinaldo.blog.br]