Trabalhadores da Saúde de SP devem ser recebidos por governo

Servidores da rede estadual de Saúde de São Paulo reúnem-se nesta sexta-feira (26) com representantes da Secretaria Estadual de Gestão Pública, na Bela Vista, região central, para apresentar sua pauta de reivindicações.

Na  sexta-feira (19), em assembleia diante do prédio da Secretaria estadual de Saúde, em Pinheiros, a categoria votou pela paralisação por tempo indeterminado a partir de 1º de maio.

“Nossa expectativa é que o governo sinalize negociação em relação a pelo menos alguns pontos de nossa pauta de reivindicações. Nossa pauta é remanescente do ano passado. Mesmo o que foi combinado ano passado em relação à progressão das carreiras profissionais, o governo não cumpriu”, disse o diretor executivo do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado de São Paulo (SindSaúde) Benedito Augusto de Oliveira.

Oliveira destaca que, apesar da categoria estar em estado de greve desde sexta-feira, o governo ainda não se posicionou sobre possibilidades de negociação coletiva. “O governo de São Paulo não estabelece nenhum tipo de norma de negociação coletiva. Isso em relação a todos os segmentos. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governo não coloca quanto gasta com o funcionalismo público.”

Os trabalhadores na Saúde exigem reposição de 32,2% referente a perdas salariais acumuladas nos últimos cinco anos, além de aumento no vale-refeição, de R$ 8 para R$ 26,22. A categoria reúne cerca de 70 mil trabalhadores no estado.

Além disso, exigem que o governo respeite a data-base, que, em 2006 foi definida em 1º de março, e que não estaria sendo cumprida. Eles querem que o prêmio de incentivo seja destinado igualmente para toda a categoria e que haja transparência no uso da verba, que vem do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Saúde.

Segundo o presidente do SindSaúde, Gervásio Foganholi, a pauta de reivindicações foi encaminhada a diversas instâncias do governo paulista – secretarias da Saúde, Gestão Pública e Casa Civil –, mas não houve retorno para negociações.

A privatização foi colocada por Oliveira como o modelo de gestão pública aderido pelo governo estadual. “Não há transparência no gasto público em relação a isso, nem no repasse das verbas federais que vem para abastecer o sistema de saúde no estado de São Paulo”, afirmou.

Oliveira também classificou o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) como “irresponsável em relação ao funcionalismo e à manutenção dos equipamentos públicos”. “Queremos chamar atenção para a situação precária da saúde, mas também para todos os setores do funcionalismo público no estado”, finalizou.

Fonte: Rede Brasil Atual