Relator da ONU classifica violência no México como “alarmante”

O relator de questões arbitrárias ou sumárias da ONU (Organização das Nações Unidas), Christof Heyns, afirmou nesta sexta-feira (03) que os níveis de violência no país são "alarmantes".

Obama no méxico - Efe

Após dez dias de viagem pelo território mexicano, foi desenvolvido um relatório prévio que demarca recomendações para o governo de Enrique Penã Nieto. Heyns enfatizou que uma das principais causas da violência é a "guerra contra o narcotráfico", articulada pelo ex-presidente Felipe Calderón (2006-2012) em parceria com os EUA.

“Alguns Estados do México vivem uma violência sem precedentes nos últimos seis anos. É preciso que a segurança pública seja garantida por autoridades civis e não pelas forças armadas, como é atualmente", afirmou, em referência a uma das ações introduzidas pelo ex-presidente.

Em uma coletiva de imprensa, o relator da ONU apontou 31 medidas necessárias para que haja uma “efetiva implementação de reformas constitucionais relacionadas aos direitos humanos”. Dntre elas, a ONU deseja que os mexicanos apresentem melhorias significativas nos próximos dois anos e que sejam erradicados os crimes de tortura e genocídio. Além disso, a ONU pede ao governo mexicano mais proteção aos grupos vulneráveis da população, como mulheres, crianças e imigrantes.

O relatório final será apresentado este mês em Genebra. Dali em diante o governo mexicano terá dois anos para atender às demandas ou continuar, como ressaltou o relator, neste "ciclo de violência".

O presidente norte-americano, Barack Obama, que está no México para encontros comerciais, admitiu nesta sexta (3) que parte da violência registrada no México é gerada pela demanda de substâncias ilícitas nos EUA. O presidente afirmou que seu país "tem responsabilidades" no problema da violência, mas que não acredita que "legalizar a droga seja o caminho certo".

Desde 2006, mais de 26 mil pessoas desapareceram no México, segundos fontes oficiais do governo. ONGs de direitos humanos, no entanto, ressaltam que esse número pode ser muito maior. Nos últimos três anos, existe uma média de cerca de 10 mil mortes anuais causadas pela violência – sobretudo no confronto entre grupos armados do narcotráfico mexicano.

Fonte: Opera Mundi