Evo recomenda nacionalização dos recursos na Cúpula do G77

 Nesta terça-feira (7), o presidente boliviano, Evo Morales, chamou os países membros do Grupo dos 77 (G77) à nacionalização dos recursos naturais como única via para potencializar o desenvolvimento.

Em seu discurso perante a Cúpula que ocorre em Fiji, Morales expôs os avanços da política social e econômica de seu país, depois das mudanças estabelecidas com sua chegada ao poder em 2006.

O presidente boliviano destacou que seu país deixou de ser, desde então, uma nação mendiga para converter-se em um Estado digno e soberano.

De acordo com Morales, foi importantíssimo o processo de nacionalizações que implementou na Bolívia para levar adiante os processos sociais, políticos e econômicos no país.

"Em minha experiência posso propor-lhes nacionalizar os recursos naturais e se os recursos naturais estão nas mãos dos estrangeiros, estatizar os recursos naturais. É o melhor que podemos fazer para o bem de nossos povos, ademais que os serviços básicos sejam um direito humano", afirmou.

Morales recordou que para melhorar a situação econômica na Bolívia, seu Governo nacionalizou os hidrocarbonetos no dia 1 de maio de 2006, uma determinação que considerou importantíssima para as tarefas futuras da nação.

Insistiu que os recursos naturais devem estar sob a administração do Estado, porque permitem uma melhor distribuição da riqueza, sobretudo aos setores mais excluídos e empobrecidos através de bônus sociais, entre eles o Juancito Pinto, Juana Azurduy e a Renta Dignidad.

Também destacou o aumento da renda petroleira, a qual mal chegava aos 300 dólares antes da nacionalização, e este ano deve superar os cinco bilhões de bolivianos, ao mesmo tempo em que consolidou a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) como a empresa líder da economia boliviana.

Morales recordou também que em 2005, antes de assumir como primeiro presidente indígena do país, as reservas internacionais mal chegavam a 1,7 bilhão de dólares, enquanto atualmente superam os 14 bilhões.

O chefe de Estado fez referência, também, à intromissão estrangeira nos países do sul e chamou atenção para "a importância de libertar-nos de políticas impostas por meio de programas planejados de fora", em alusão à Agência Estadunidense para o Desenvolvimento (Usaid), recém expulsa da Bolívia.

Fonte: Prensa Latina