Brasil e Argentina assinam acordo sobre reatores nucleares

Entidades de energia atômica brasileira e argentina assinaram um acordo para a construção de dois reatores nucleares de investigação e produção de radioisótopos, confirmou nesta quarta-feira (8) o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) do Brasil.

Acordo nuclear Brasil-Argentina - TELAM

O convênio, assinado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear do Brasil (CNEN) e a Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA) da Argentina, estabelece a fabricação de dois reatores: o Multipropósito Brasileiro (RMB) e o RA-10 na Argentina, de acordo com um porta-voz do MCT brasileiro.

Desta forma, cumpre-se o mecanismo de Integração e Cooperação Bilateral, contemplado na Declaração Conjunta de 2008, assinada pelos presidentes Cristina Fernández Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltou a fonte.

Para executar este projeto as duas partes criaram a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Coben), que se encarregará de executar a construção dos reatores gêmeos.

As entidades atômicas dos dois países sul-americanos mantêm uma estreita colaboração desde 2008, e a Argentina entrega ao Brasil 30% dos radioisótopos Molibdeno 99 (Mo99) indispensáveis para o diagnóstico e o tratamento contra o câncer.

Desde 2011 ambas as nações concordaram em avançar em direção a uma maior integração, e assumir de maneira conjunta um projeto de desenvolvimento dos reatores multipropósito, o que demonstra o interesse mútuo de incentivar o uso pacífico da energia nuclear.

Os reatores, uma vez fabricados e postos em funcionamento, terão capacidade conjunta de cobrir 40% do mercado mundial de radioisótopos.

Atualmente, só a França, Canadá, África do Sul, Austrália e Argentina contam com a tecnologia para produzir radioisótopos.

Fonte: Prensa Latina