Bolívia: Diálogo entre governo e grevistas da COB é suspenso

Na Bolívia, o diálogo entre o governo e a Central Obreira Boliviana (COB) ficou suspenso nesta segunda-feira (13), após a decisão do sindicato, apesar dos pedidos do Executivo.

COB

Em coletiva de imprensa, o ministro da Economia, Luiz Arce, explicou que a instalação de quatro blocos no país por setores filiados à COB causou um quarto intermediário no diálogo sobre as modificações nas aposentadorias exigida pelos trabalhadores. 

Leia também:
Evo Morales ratifica que governo busca igualdade para todos

No sábado (11), o governo cumpriu a demanda do maior sindicato do país de liberar um grupo de mineiros presos para retomar as negociações, os trabalhadores mantiveram a greve, embora a finalização tenha sido uma das condições do Executivo para retomar o diálogo.

O funcionário explicou que a interrupção do tráfego rompe o acordo estabelecido entre as partes e convocou os trabalhadores para valorizar o levantamento das medidas de pressão. Por sua vez, o líder da COB, Juan Carlos Trujillo, explicou para os meios que entregou para o governo uma especificação com sete pontos com as demandas do sindicato. 

A Central Obreira realiza desde a segunda-feira (6) uma greve pelo aumento de 100% das aposentadorias, uma petição considerada desmedida pelo governo por colocar em risco, a longo prazo, o sistema de pensões para o resto dos trabalhadores.

Essa demanda consiste em uma renda de mais de 1.147 dólares para os mineiros e de cerca de 715 para outros setores; enquanto o Ministério de Economia defendeu inicialmente como solução de no máximo 570 para os primeiros e de 457 para os demais assalariados.

A policia informou que os principais bloqueios se localizam em Tarija e Potosí, região sul do país, e na cidade nortenha de Beni, onde também reportou-se uma marcha sindical até o palácio de governo. Na última sexta-feira (10), o presidente Evo Morales ratificou que não existe margem de negociação para a exigência do sindicato, dado que colocaria em risco os programas sociais. 

“Quero que saibam, companheiros da COB, que não há outra margem mais de negociações sobre este assuntos, digam o que digam, façam o que façam, porque é dever (do governo) garantir a aposentadoria dos futuros rentistas”, afirmou.

Enquanto a mina de Huanuni, a maior reserva de estanho da Bolívia, entrou em déficit devido a greve e cumpre na segunda-feira (13) seu sexto dia sem funcionar. Morales pediu um estudo para calcular as perdas associadas com a paralização dos trabalhos nesta reserva mineral, localizada em Oruro. 

De acordo com o ministro de Mineração,Mario Virreira, as perdas por cada dia de greve aumentam para meio milhão de dólares.

Fonte: Prensa Latina