Central Obreira da Bolívia mantém tentativas de greve geral

Várias organizações departamentais, afiliadas à Central Obreira Departamental (COB), se somam nesta terça-feira (7) às medidas de pressão para tentar um incremento nas rendas de aposentadoria, embora o governo tenha pedido o contrário. A COB de Chuquisaca advertiu que desde esta terça lotará a praça 25 de maio de Sucre, no início de uma greve geral indefinida, que segue sem ganhar todos os adeptos que buscavam os organizadores, no resto do país.

Central Obreira da Bolívia - Prensa Latina

Em Sucre, os protestos se estenderão nesta quarta a todos os pontos da cidade, em uma tentativa de fazer o governo aceitar a Lei de Pensões, até conseguir que se aprove a aposentadoria com 100% do salário dos trabalhadores. Entretanto, e apesar das pensões da COB, a maioria dos sindicatos afiliados não determinou se sairá às ruas ou não.

Uma situação similar se verifica na cidade central de Cochabamba, onde a Universidade Mayor de San Simón suspendeu as aulas durante terça e quarta para somar-se aos protestos, o mesmo ocorrido com as atividades do hospital de Viedma.

Até o momento, os universitários e os trabalhadores da saúde estão entre os poucos que anunciaram mobilizações e bloqueios em resposta à convocação da COB.

Na véspera, estradas de acesso à capital boliviana La Paz e a Cochabamba foram cortadas por grupos aliados à COB, embora no fim do dia agentes oficiais conseguiram desbloqueá-la, com um saldo de sete feridos, entre policiais e civis.

Os manifestantes usaram dinamite, pedras e paus contra a polícia, que deteve 37 pessoas, liberadas em seguida.

Depois destas ações, o vice-ministro do Interior e da Polícia, Jorge Pérez, exortou os dirigentes da COB a respeitar o direito dos bolivianos de transitar livremente e a resolver as demandas na mesa de diálogo.

Segundo Pérez, o governo atendeu a uma exigência bastante ampla apresentada pela COB e resolveu em sua totalidade as demandas e sugestões dos trabalhadores, razão pela qual considerou injusta a decisão da COB de assumir medidas de pressão.

Eugenio Rojas, senador do Movimento Ao Socialismo (MAS), também aderiu ao pedido de diálogo à COB, com a intenção de não prejudicar a população.

"Eu digo à Central Obreira Boliviana, aos dirigentes, às confederações, federações e aos distintos setores que não é bom bloquear, abandonando os trabalhos, prejudicando outros cidadãos, porque é preciso debater, discutir ainda, como convoca o Executivo", insistiu.

A COB pretende que o Estado incremente o Fundo Solidário para elevar as pensões dos mineiros a oito mil bolivianos (1.147 dólares) e a cinco mil bolivianos ao resto dos setores.

Até o momento, além da disposição ao diálogo, o governo reiterou que o pedido é impossível porque colapsaria o sistema em poucos anos.

Analistas consideram que a posição da entidade obreira tem fins eleitorais, porque busca apenas publicidade para as eleições gerais de 2014, na qual pretende apresentar-se como partido político.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho