Em reunião com PCdoB-SP, Renato Rabelo aponta desafios para 2014

O PCdoB-SP realizou, nesta segunda-feira (13), uma nova reunião de sua Comissão Política Estadual para debater a conjuntura e o projeto político do Partido para 2014. O presidente nacional, Renato Rabelo, que acompanhou a reunião dos dirigentes paulistas, apresentou o debate feito pelo Comitê Central sobre a situação do país, marcada pela antecipação da disputa eleitoral de 2014.

Reuni'ao pcdob com renato rabelo - Fernando Borgonovi


Segundo Renato, "a presidenta Dilma, pode-se dizer, é amplamente favorita para vencer em 2014, no atual cenário". O dirigente frisou que, embora a oposição busque intimidar a população com um hipotético descontrole inflacionário, a economia nacional segue equilibrada e deve crescer cerca de 3% neste ano, mantendo níveis próximos ao de pleno emprego no mercado de trabalho.

Ainda segundo o presidente nacional, são elementos favoráveis à reeleição a ampla base política de apoio ao governo, agora adensada pelo PSD, o respaldo  popular à presidenta, inclusive com grande prestígios nas camadas médias, e a liderança de Lula.

No terreno da oposição, frisou Rabelo, as dificuldades que advém da falta de projeto político para o país e de Aécio Neves, principal nome do PSDB, ainda não ter conseguido se firmar plenamente como líder de seu campo. "É uma oposição fragilizada, débil, que não apresenta projeto alternativo para o país".

"Hoje, a mídia é o principal esteio da oposição", ressaltou. Ele afirmou ainda que a justiça politizada e a mídia monopolista representam riscos para os avanços democráticos no país.

O dirigente apontou dificuldades enfrentadas por Marina Silva para montagem de seu novo partido com vistas à disputa. Sobre Eduardo Campos, que se movimenta para viabilizar a candidatura, Renato avaliou como legítimo o despontar de uma nova liderança nacional, mas que as condições atuais indicam o caminho de persistir no projeto iniciado por Lula e continuado por Dilma. Ressaltou ainda as dificuldades de o socialista consolidar apoios partidários a seu projeto.

Sobre os desafios do PCdoB, Renato elencou que a prioridade do Partido é ultrapassar a marca de 20 deputados federais, feito que daria outro patamar à sigla no tempo de TV e no fundo partidário. Apresentou ainda o desafio de eleger o primeiro governador comunista do país, Flavio Dino, no Maranhão.

Ampliar as bancadas  e colocar fim ao ciclo tucano em SP

O vereador Orlando Silva, presidente do comitê estadual do PCdoB, apresentou o quadro político paulista e os desafios que o Partido terá de enfrentar para eleger ao menos três deputados federais e ampliar sua bancada na Assembleia Legislativa.

Orlando alertou que o governador Geraldo Alckmin, embora tenha enfrentado momentos difíceis como a crise na segurança e as persistentes divisões internas em seu partido, tem se movimentado buscando retomar a iniciativa política. Citou como exemplo a reconfiguração da equipe de governo e o pacote apresentado por Alckmin às prefeituras.

Como o quadro de candidaturas ainda permanece indefinido, o PCdoB tem buscado conversar com diversos partidos para analisar o quadro e a melhor tática para alcançar a vitória das forças progressistas no estado.

Por fim, sobre o projeto eleitoral dos comunistas, Orlando avaliou como um grande desafio a eleição de três deputados federais por São Paulo. Assumindo o chamado nacional, apontou que o Partido no estado tem força e quadros para cumprir a empreitada, com Aldo Rebelo, Protógenes Queirós, Netinho de Paula e ele próprio, além de outras lideranças que tem debatido com o PCdoB a possibilidade de filiação.

A chapa de deputados estaduais, segundo Orlando, será um dos pilares de sustentação para a ampliação da bancada federal. Por isso, o Partido tem se mobilizado em todo P estado e recrutado novas lideranças, com bases eleitorais próprias, a fim de construir uma chapa completa e forte de deputados estaduais, capaz de ampliar a presença dos comunistas na Alesp.

De São Paulo, Fernando Borgonovi