Rússia apoia conferência sobre a Síria sob égide da ONU

A Rússia reiterou nesta sexta-feira 917) seu apoio a outra conferência internacional sobre a Síria, sob a coordenação das Nações Unidas, e defendeu uma solução da crise mediante um acordo entre os sírios, sem ingerências externas nem condições pré-estabelecidas.

Lavrov disse durante a coletiva de imprensa com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que há uma concordância de que o conflito sírio deva ser resolvido sem a intervenção estrangeira.

O chefe da diplomacia russa considerou que o destino da Síria e de toda a região do Oriente Médio depende de como será solucionada a crise.

"O fim da crise síria pode ser encontrado pela via do diálogo nacional com a participação de todas as forças desse país, mas sem a interferência externa", enfatizou Lavrov.

São justamente essas duas premissas que baseiam a postura da Rússia desde o início do conflito e parte da declaração acordada na conferência de Genebra, de 30 de junho de 2012, cuja essência é atualmente, segundo Moscou, a única alternativa à confrontação armada.

Lavrov assinalou que o secretário-geral compartilha a iniciativa russa a respeito do segundo encontro internacional em torno da Síria, tomando como base os acordos de Genebra, especificou, e sempre sob a égide da ONU.

Ban Ki-moon manifestou preocupação pela escalada da violência que afeta milhares de cidadãos pacíficos e chamou a redobrar os esforços internacionais para pôr fim, o quanto antes, à terrível situação e propiciar a transição para um novo futuro para a Síria.

Em gesto de concordância com o chanceler russo, o diplomata sul-coreano apostou pelas negociações e consenso como o único meio para pôr fim à crise vivida pela nação árabe desde março de 2011.

"Acredito que conseguiremos em curto prazo convocar a conferência internacional e sentar à mesa de negociações todas as partes, disse o titular do organismo mundial, que realiza uma visita oficial de três dias à Rússia, a sexta desde sua nomeação em 2007.

Ban Ki-moon assegurou, por outro lado, que a equipe de especialistas em armas químicas está pronta para viajar a Damasco em no máximo dois dias e pediu "flexibilidade às autoridades para que permitam a visita aos locais e para levar adiante as investigações".

Lavrov fez votos a respeito para que seja obtido um acordo entre o secretário-geral e o Governo da Síria em torno de esclarecer o suposto uso de armas químicas nesse país.

Foi o governo de Damasco que solicitou à ONU uma investigação objetiva e independente dos acontecimentos ocorridos nas proximidades da cidade de Alepo, no dia 19 de março, quando grupos armados opositores usaram armas de extermínio em massa, segundo denunciaram imediatamente as autoridades sírias.

Fonte: Agência Brasil