Morte de Videla trouxe à tona torturas da ditadura, diz Bonafini

A titular das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, afirmou que, após a morte do ditador e genocida argentino, Jorge Rafael Videla, que faleceu na sexta-feira (17), esteve “sufocada com dor, angústia, raiva e tristeza” e “não tinha forças para falar”, mas em seguida sentiu uma explosão no coração e pensou: “Que sorte que tivemos filhos tão valentes!”. Hebe também denunciou os que apoiaram a última ditadura e “hoje rasgam as vestimentas” e “chamam Videla de genocida ou ditador”.

Hebe Bonafini

Através de uma carta, Hebe afirmou que a morte de Videla a lembrou dos duros momentos e da terrível tortura pelas quais seus filhos passaram durante a última ditadura.

“As mães nunca quisemos falar de tortura e do horror que nossos filhos passaram porque é voltar a violá-los, a torturá-los e não posso suportar isso. Por isso me explodiu o coração quando soube. Não podia falar”.

“A notícia me paralisou. Imediatamente comecei a pensar em meus filhos. Como poderia pensar em outra coisa? A cabeça dava voltas, queria pensar em algo e nada. Pensava neles e nas torturas a que foram submetidos”, sentenciou.

Com Página/12