Mineiros bolivianos aceitam proposta do governo e abandonam greve

Os mineiros de Huanuni, a maior reserva de estanho da Bolívia, aceitaram nesta terça-feira (21) a proposta do governo para a reforma do sistema de aposentadoria e abandonaram as manifestações depois de 15 dias de greve.

A Federação Sindical de Trabalhadores Mineiros da Bolívia anunciou que os quase cinco mil trabalhadores voltarão esta mesma terça-feira à reserva, onde terão uma assembleia amanhã.

O líder do setor, Miguel Pérez, explicou à imprensa local que a decisão foi acatada depois de aceitar a proposta do Executivo de aumentar a aposentadoria em 70% com base nos salários dos dois últimos anos, e diminuir de 35 a 30 os anos de contribuição.

A Central Operária Boliviana (COB) iniciou uma greve há 16 dias exigindo um aumento de 100% do salário, uma cifra considerada exagerada pelo governo por colocar em risco o sistema de aposentadoria a largo prazo.

Os mineiros de Huanuni foram uns dos principais protagonistas e as principais vozes da greve nesta capital, aonde chegaram em passeata do departamento (estado boliviano) de Oruro, ao redor de 225 quilômetros ao sul de La Paz.

Esses operários primeiro explodiram uma ponte, carregaram uma ambulância com dinamite e lançaram cartuchos de munição em chamas nas ruas e contra a polícia durante suas manifestações.

O governo os convidou em várias ocasiões a suspender a greve e voltar ao trabalho, pois as perdas na mina chegaram a US$ 500 mil por dia.

A empresa, nacionalizada em 2006 pelo presidente Evo Morales, emprega 4.500 trabalhadores e produz uma média de mil toneladas de concentrados de estanho em jornadas normais de trabalho.

Por sua vez, a COB anunciou uma reunião ampliada de emergência na que discutirá a proposta do Executivo para estabelecer um acordo definitivo sobre mudanças à Lei de Aposentadoria.

A greve decretada pela central operária termina esta noite, coincidindo com a reunião na qual a Central poderia acatar a proposta do governo ou decidir voltar às ruas a partir de amanhã, mas sem a presença dos trabalhadores.

Fonte: Prensa Latina