Fortes: Governo terminal; médicos cubanos não virão ao Brasil

A medicina cubana é, reconhecidamente, uma das melhores do mundo. Os médicos cubanos se espalham pelo planeta, sempre nas regiões mais pobres, sempre no atendimento aos excluídos, aos doentes exilados em suas próprias pátrias.

Por Leandro Fortes*, no Facebook

Médicos cubanos - CubaDebate

A notícia de que viriam seis mil médicos cubanos para o Brasil não foi só um alento para toda a gente que vive nos grotões, onde os bem nutridos recém-formados das faculdades públicas de medicina do País se recusam a por os sapatinhos brancos lustrados de cera nugget. Foi também um alerta sobre a condição miserável da nossa democracia, incapaz de obrigar profissionais formados à custa do contribuinte de, ao se formarem, dar essa contrapartida mínima à sociedade que os financiou: tratar de seus doentes distantes.

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Contra os cubanos, voltaram-se os suspeitos de sempre: a velha mídia reacionária, a senhoras de Santana, a TFP, a direitinha apavorada da classe média e o Conselho Federal de Medicina. Entre delírios ideológicos e tremores corporativistas, até de espiões os médicos foram chamados, agentes de Havana treinados para, entre um exame e outro, por em prática a revolução socialista nos trópicos.

Mas o fato é que essas pessoas, todas ridículas, acabaram por vencer a parada. Os médicos cubanos não vêm mais. Decisão do governo Dilma Rousseff, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desse PT que trouxe o vice de Geraldo Alckmin para dentro do Palácio do Planalto e colocou o carlista César Borges para cuidar de uma pasta de 21,4 bilhões de reais de orçamento.

Ajoelharam-se todos, outra vez, ao coturno da mídia que lhes pisa o pescoço com promessas de benquerença.

Virão portugueses e espanhóis, avisam. Realmente, ícones da medicina mundial.

E com a vantagem que cobram em euros, que é bem baratinho.

*Leandro Fortes é jornalista da Carta Capital e blogueiro sujo