João Derly protocola projeto de lei para combater obesidade

O vereador João Derly (PCdoB) protocolou, na Câmara Municipal de Porto Alegre, um projeto de lei que visa ao combate da obesidade em Porto Alegre. De acordo com o parlamentar, o objetivo do projeto de lei é instituir a Política de Combate à Obesidade e ao Sobrepeso e criar a campanha "Porto Alegre Mais Leve". No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, as taxas de obesidade vêm crescendo desde 1975 e já atingem mais de 15% da população brasileira (30 milhões de pessoas).

Em Porto Alegre, os índices apontam 55% da população com sobrepeso e 20% com obesidade. De acordo com a pesquisa de 2011 da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), a capital gaúcha ocupa a segunda posição no ranking de capitais com maior índice da população acima do peso, ficando atrás apenas de Macapá (AP).

Um problema de toda a sociedade
A sociedade brasileira viveu uma mudança de paradigma nas últimas décadas. Se, há 30 anos, a luta era contra desnutrição, hoje o inimigo é a obesidade, principalmente a infantil. Para que se entenda a dimensão do desafio a ser enfrentado, em 2011 os gastos do SUS para tratar a obesidade e todas as demais doenças decorrentes (hipertensão, câncer, diabetes, males cardiovasculares, etc.) chegaram a quase R$ 490 milhões.

Ainda analisando as três últimas décadas, a obesidade saltou de 2,8% para 12,4% entre os homens, e de 8% para 16,9%, nas mulheres. Nos jovens de 10 a 19 anos, em 1970 o percentual era de 3,7%, em 2009 era de 21,7%.

“Acredito que os números justificam uma ampla campanha em todas as cidades. A obesidade tornou-se uma epidemia e um problema que precisa ser enfrentado por toda a sociedade. É responsabilidade de todos: família, escola, governo, indústria… Por isso acredito que podemos construir políticas públicas fortes que tragam bons resultados a médio e longo prazo com a campanha ‘Porto Alegre Mais Leve’.”, disse João Derly.

De acordo com pesquisas, em menos de 10% dos casos, o ganho de peso pode ser provocado por causas orgânicas; em 5%, a genética é a principal responsável. Porém, em 85% dos casos a obesidade se dá pela combinação de diversos fatores (como a pré-disposição ao ganho de peso) e do ambiente.

Atenção especial à obesidade infantil
Se o ambiente é fator determinante nos casos de obesidade, então é preciso que se criem hábitos saudáveis desde cedo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 90% das crianças consomem gordura acima do recomendado e 80% usa açúcar em excesso. O resultado disso é que 30% das crianças brasileiras tenham sobrepeso ou sejam obesas. “O esporte pode e deve ser um aliado junto às crianças. Se eles tiverem uma alimentação saudável em casa e nas escolas, e praticarem uma atividade física, será muito difícil termos crianças obesas”, ressaltou Derly.

O projeto do vereador João Derly prevê: a promoção e o desenvolvimento de programas, projetos e ações, de forma intersetorial, que efetivem no Município o direito humano universal à alimentação e nutrição adequadas; o combate à obesidade infantil na rede escolar; a utilização de locais públicos (praças e parques) para a implementação da política; campanhas de conscientização e de estímulo ao aleitamento materno. Além disso, o projeto determina a implementação de centros de Diagnóstico e Tratamento dos casos de sobrepeso e obesidade, integrados ao Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional; a integração das políticas municipal, estadual e nacional de segurança alimentar e de saúde; a adoção de medidas voltadas à disciplina da publicidade de produtos alimentícios infantis, em parceria com as entidades representativas da área de propaganda, empresas de comunicação, entidades da sociedade civil e do setor produtivo; e o direcionamento especial da política às comunidades que registrem baixos índices de pobreza e desenvolvimento econômico e social.

“Combater a obesidade é tarefa cotidiana de todos nós. Não há como fazermos isso sem a ação transversal de profissionais da saúde, comunicação, agentes políticos e de toda a sociedade. Temos visto a retomada do slow food em Porto Alegre e isso deve servir de exemplo positivo. Alimentação é um direito humano e precisamos garantir a que seja de qualidade e em quantidade ideal para todos, preservando a saúde dos brasileiros, em especial dos porto-alegrenses.”, finalizou João Derly.

Fonte: Assessoria vereador João Derly