Marcha das Vadias reúne mulheres e homens contra o machismo

A capital dos gaúchos e gaúchas mobilizou aproximadamente três mil mulheres e homens, segundo a Brigada Militar, em prol de um tema recorrente, principalmente entre os movimentos sociais feministas: a luta contra o machismo e o preconceito. A Marcha das Vadias, organizada pelas redes sociais, aconteceu na tarde de domingo (26) e agregou outros movimentos como Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais (LGBTT), além de transeuntes e simpatizantes.

marcha das vadias - porto alegre - Priscila Rodrigues

Com cartazes, bandeiras e palavras de ordem, que reivindicavam não só os direitos, mas também a liberdade de expressão como forma de alertar a sociedade sobre a desigualdade de gênero e a violência contra a mulher, os participantes fizeram uma grande caminhada que percorreu as principais ruas dos bairros Bom Fim e Cidade Baixa, em Porto Alegre.

De acordo com dados da secretaria nacional de Política para Mulheres, cerca de 2.175 denúncias são realizadas diariamente no Disque 180. Em 89% dos casos, o agressor é o companheiro ou ex-companheiro da mulher; 50% das vítimas dizem sentir-se ameaçadas ou correndo risco de morte. Outro dado alarmante é a posição de sétimo lugar do Brasil no ranking mundial de homicídios de mulheres, segundo o Conselho Nacional de Justiça.

O termo vadia ainda causa estranheza para alguns. No entanto, mostra que o adjetivo é simbólico, provocativo e alusivo à forma com que foi utilizado em 2011, na Universidade de Toronto, no Canadá por uma autoridade policial, como orientação para que as mulheres evitassem “se vestir como vadias” para não serem vítimas de estupro. O fato deu origem à série de manifestações realizadas desde então em diversos países.

“Esta marcha é de grande importância pela ampla participação da juventude feminista, que reafirma seus direitos, sexuais e reprodutivos. E chama a atenção da sociedade para a luta dos movimentos sociais”, salienta a coordenadora da União Brasileira de Mulheres de Porto Alegre (UBM-POA), Fabiane Dutra.

De Porto Alegre,
Priscila Rodrigues

(matéria atualizada às 14h18 em 27/5/13)