Maduro diz que integração requer pensamento estratégico

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, instou os países da União de Nações Sul-americanas (Unasul) a articular por meio de ações conjuntas o novo pensamento econômico, político e cultural da região, para seguir adiante com o fortalecimento do bloco regional. As declarações foram feitas nesta segunda (27), em Caracas, na instalação da Conferência da Unasul sobre Recursos Naturais para um Desenvolvimento Integral da Região.

Ao assinalar que na região existem os elementos desse novo pensamento sul-americano fomentado por líderes fundadores da Unasul, como o comandante Hugo Chávez e o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, Maduro confirmou: "Trata-se de articular esse novo pensamento e convertê-lo em força de ação. Temos todas as condições dadas".

O chefe de Estado pediu aos participantes que vão mais além do debate e gerem uma agenda de decisões políticas sobre o aproveitamento das enormes riquezas naturais da América do Sul.

"Mais do que um exercício acadêmico, mais do que um exercício de conhecimento, façamos isso! Que o conhecimento, o debate, se transforme em uma agenda de decisões, de propostas, que nos impulsionem e nos obriguem à tomada de decisões de políticas públicas sul-americanas no campo do desenvolvimento, da proteção dos recursos naturais de nossa região", disse o presidente aos delegados das 12 nações integrantes da Unasul, que debaterão sobre este tema na capital venezuelana até a próxima quinta-feira (30).

Neste sentido, insistiu na necessidade de construir na América do Sul uma agenda articuladora a partir dos recursos naturais dos países da região, que possui as maiores reservas de água doce e de petróleo do mundo.

Maduro explicou que a agenda estratégica da região deve ter objetivos claros e uma dinâmica a longo prazo, "com as presidências temporárias que vêm com o funcionamento dos 12 conselhos ministeriais".

O mandatário pediu às autoridades e ao secretário- geral da Unasul, Ali Rodríguez Araque, que se faça um esforço para que o debate chegue a uma agenda política de decisões presidenciais.

"Temos exigido a cada conselho que ordene sua agenda estratégica, porque corremos o risco de ter um conjunto de conselhos ministeriais e que cada um desenvolva sua agenda, mas de maneira desarticulada, sem uma visão central."

Além do secretário-geral da Unasul, o presidente Nicolás Maduro estava acompanhado pelo presidente do Suriname, Desiré Delano Bouterse, o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, o chanceler venezuelano, Elias Jaua, e a presidenta do Banco Central da Venezuela, Edmée Betancourt.

Desenhar estratégias

Durante sua intervenção, o secretário-geral da Unasul, Ali Rodríguez Araque, indicou que os países que integram o bloco devem desenhar uma estratégia em conjunto baseada no aproveitamento dos recursos naturais, sem repetir erros.

Ali Rodríguez ressaltou que a América do Sul ocupa um território que supera os 17.800.000 quilômetros quadrados, com cerca de 401 milhões de habitantes, ou seja, um "mercado interno potencial, de gigantescas dimensões".

O secretário-geral da Unasul considerou necessário abordar o tema, estudá-lo, buscar os pontos comuns de consciência, de visão, para gerar atividades e unificar esforços para o desenvolvimento científico, desenhar uma nova arquitetura financeira, que terá sentido na medida em que esses recursos sejam aplicados para o desenvolvimento da economía e o desenvolvimento da sociedade.

Finalmente, Ali Rodríguez ressaltou que a América é um continente con muitas riquezas que devem ser utilizadas não só para superar a pobreza, mas para ir a etapas superiores de desenvolvimento. "É importante abordar o tema do intercâmbio entre os que integram a Unasul, as distintas visões, assim como informações com vistas a ir desenhando uma estratégia baseada no aproveitamento ótimo e racional dos recursos naturais."

Agência Venezuelana de Notícias