Maduro diz que integração requer pensamento estratégico
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, instou os países da União de Nações Sul-americanas (Unasul) a articular por meio de ações conjuntas o novo pensamento econômico, político e cultural da região, para seguir adiante com o fortalecimento do bloco regional. As declarações foram feitas nesta segunda (27), em Caracas, na instalação da Conferência da Unasul sobre Recursos Naturais para um Desenvolvimento Integral da Região.
Publicado 28/05/2013 08:04
Ao assinalar que na região existem os elementos desse novo pensamento sul-americano fomentado por líderes fundadores da Unasul, como o comandante Hugo Chávez e o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, Maduro confirmou: "Trata-se de articular esse novo pensamento e convertê-lo em força de ação. Temos todas as condições dadas".
O chefe de Estado pediu aos participantes que vão mais além do debate e gerem uma agenda de decisões políticas sobre o aproveitamento das enormes riquezas naturais da América do Sul.
"Mais do que um exercício acadêmico, mais do que um exercício de conhecimento, façamos isso! Que o conhecimento, o debate, se transforme em uma agenda de decisões, de propostas, que nos impulsionem e nos obriguem à tomada de decisões de políticas públicas sul-americanas no campo do desenvolvimento, da proteção dos recursos naturais de nossa região", disse o presidente aos delegados das 12 nações integrantes da Unasul, que debaterão sobre este tema na capital venezuelana até a próxima quinta-feira (30).
Neste sentido, insistiu na necessidade de construir na América do Sul uma agenda articuladora a partir dos recursos naturais dos países da região, que possui as maiores reservas de água doce e de petróleo do mundo.
Maduro explicou que a agenda estratégica da região deve ter objetivos claros e uma dinâmica a longo prazo, "com as presidências temporárias que vêm com o funcionamento dos 12 conselhos ministeriais".
O mandatário pediu às autoridades e ao secretário- geral da Unasul, Ali Rodríguez Araque, que se faça um esforço para que o debate chegue a uma agenda política de decisões presidenciais.
"Temos exigido a cada conselho que ordene sua agenda estratégica, porque corremos o risco de ter um conjunto de conselhos ministeriais e que cada um desenvolva sua agenda, mas de maneira desarticulada, sem uma visão central."
Além do secretário-geral da Unasul, o presidente Nicolás Maduro estava acompanhado pelo presidente do Suriname, Desiré Delano Bouterse, o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, o chanceler venezuelano, Elias Jaua, e a presidenta do Banco Central da Venezuela, Edmée Betancourt.
Desenhar estratégias
Durante sua intervenção, o secretário-geral da Unasul, Ali Rodríguez Araque, indicou que os países que integram o bloco devem desenhar uma estratégia em conjunto baseada no aproveitamento dos recursos naturais, sem repetir erros.
Ali Rodríguez ressaltou que a América do Sul ocupa um território que supera os 17.800.000 quilômetros quadrados, com cerca de 401 milhões de habitantes, ou seja, um "mercado interno potencial, de gigantescas dimensões".
O secretário-geral da Unasul considerou necessário abordar o tema, estudá-lo, buscar os pontos comuns de consciência, de visão, para gerar atividades e unificar esforços para o desenvolvimento científico, desenhar uma nova arquitetura financeira, que terá sentido na medida em que esses recursos sejam aplicados para o desenvolvimento da economía e o desenvolvimento da sociedade.
Finalmente, Ali Rodríguez ressaltou que a América é um continente con muitas riquezas que devem ser utilizadas não só para superar a pobreza, mas para ir a etapas superiores de desenvolvimento. "É importante abordar o tema do intercâmbio entre os que integram a Unasul, as distintas visões, assim como informações com vistas a ir desenhando uma estratégia baseada no aproveitamento ótimo e racional dos recursos naturais."
Agência Venezuelana de Notícias