Artistas protestam pelo assassinato do bailarino Augusto Omolú

Um grupo de artistas promove, na manhã desta segunda-feira (3/6), uma manifestação pela morte do bailarino Augusto Omolú, encontrado morto no último domingo (2), em sua casa, no município de Lauro de Freitas (Região Metropolitana de Salvador). Segundo a polícia, que ainda busca identificar o autor do crime, a vítima foi atacada com golpes de facas no pescoço.

O ato tem início do Terreiro de Jesus, no Centro Histórico da capital, onde está localizada a escola

de dança da Fundação Cultural do Estado (FUNCEB). Augusto era integrante da escola, voltada para a formação de bailarinos, e pertencia, também, ao Balé Teatro Castro Alves (BTCA).

Em uma nota pública de pesar, o TCA lamentou a morte do artista e destacou o seu potencial artístico e contribuições para a arte do estado. “O ator, dançarino e coreógrafo é uma referência mundial e ocupa um lugar de destaque na construção, difusão e popularização da dança produzida na Bahia”, diz o texto.

A Secretaria de Cultura do Estado (Secult) também se pronunciou e enfatizou, através da diretora da escola de dança da FUNCEB, Beth Rangel, que a morte de Augusto é uma grande perda, sobretudo, para a educação.

“Estamos perdendo não apenas o Augusto artista, mas o Augusto educador. Um cidadão comprometido com a arte e com a educação baseada na inclusão de crianças e jovens. Tive a felicidade de conhecê-lo e conviver de perto com ele e com a sua sensibilidade durante os últimos dois anos”, afirma Beth.

O Grupo Gay da Bahia (GGB) também acompanha o caso. Em pronunciamento feito à imprensa, o presidente da entidade, Marcelo Cerqueira, informou que o bailarino foi encontrado apenas de cueca, o que pode indicar que o crime esteja relacionado à sexualidade da vítima.

Augusto Omolú tinha 50 anos e se destacou pelo trabalho voltado à cultura de matriz africana. Foi o único brasileiro a integrar o elenco da Odin Teatret, célebre companhia dinamarquesa fundada pelo italiano Eugênio Barba.

De Salvador,
Erikson Walla