Presidente egípcio descarta renúncia e defende sua gestão

O presidente egípcio, Mohamed Mursi, considera que cumpriu várias promessas e outras não, devido à corrupção do governo anterior, mas negou que renuncie ainda que pressionado pela oposição, segundo declarações divulgadas nesta sexta-feira (7).

Sobre as frequentes quedas de eletricidade na capital e outras regiões, explicou que se devem à falta de combustível, já que a administração anterior "criou um estranho sistema no qual exportávamos gás barato para importar com um preço três vezes mais caro".

O Egito provocou a ira de Israel e dos grupos de pressão sionistas nos Estados Unidos no ano passado ao revogar um acordo de fornecimento de gás a Israel a preços inferiores aos de mercado; acordo do qual se beneficiaram altos funcionários públicos, entre eles um ex-ministro, agora fugitivo da justiça.

No entanto, ratificou a decisão de seu governo de se ater aos acordos de paz de Camp David, criticados por vários setores políticos e sociais egípcios, que consideram o acordo um desrespeito à soberania nacional e uma contradição com o papel histórico do Egito em defesa dos direitos inalienáveis dos palestinos a um Estado independente.

"Cumpriremos os tratados (com Israel), mas nos manteremos atentos e não permitiremos nenhuma violação", disse o mandatário em uma entrevista para o jornal estatal Al Ahram, às vésperas do primeiro aniversário de seu mandato, que ocorrerá no próximo dia 30.

Interrogado sobre uma campanha em andamento para reunir 15 milhões de assinaturas e pedir sua renúncia, afirmou que é "hipócrita e ilegítima" e ainda que reafirmou respeitar o direito à livre expressão, não permitirá atos de vandalismo.

Meios opositores convocaram protestos no próximo dia 30 de junho para obrigar o presidente a renunciar e convocar eleições antecipadas.

Fonte: Prensa Latina