Síria: Conferência é postergada por divergências da "oposição"

A reunião internacional sobre a Síria, programada para acontecer na cidade suíça de Genebra, terá que esperar até julho, devido a "dificuldades diplomáticas", de acordo com o mediador da Organização das Nações Unidas (ONU), Lakhdar Brahimi, que deu declarações nesta quinta-feira (6). O grupo que diz representar a oposição ao governo do presidente sírio Bashar Al-Assad já tinha indicado também que não participaria da conferência, a menos que ela incluísse a demissão do presidente.

Lakhdar Brahimi - AFP Dalati & Nohra

Em princípio, a reunião internacional, que ficou denominada Conferência de Genebra 2, estava convocada para junho, mas o desacordo substancial entre os grupos opositores sírios residentes no exterior, que a Coalizão Nacional das Forças da Revolução e da Oposição Síria (CNFROS) diz representar, não entraram em acordo sobre quem será o porta-voz.

O diplomata argelino, representando a ONU para a questão síria, participou da reunião extraordinária de chanceleres membros da Liga Árabe (LA), que teve sessão fechada nesta quarta-feira (5) no Cairo, capital egípcia. A reunião foi marcada pela divergência sobre o conflito na Síria e pelos avanços das forças oficiais do presidente Bashar Al-Assad.

Ainda assim, o encontro desvelou um projeto de plano que insta a encontrar uma solução política à crise, desatada há 26 meses por grupos armados desde o exterior, que tentam derrubar o governo constitucional.

Entretanto, a Liga Árabe tem tomado posições problemáticas, reconhecendo a CNFROS como representante da Síria em detrimento do governo na última cimeira, por exemplo.

O plano inclui a formação de um órgão de governo transicional investido de autoridade executiva, de acordo com informações fontes presentes no encontro, que pediram anonimato.

As autoridades de Damasco, que anunciaram a sua disposição em participar da conferência internacional planejada, já afirmaram a priori qualquer proposição que despoje o presidente Assad antes do término do seu mandato, em 2014.

O chanceler libanês Adnan Mansour afirmou que “se nós árabes queremos ajudar a Síria, nunca devemos recorrer a planos de vingança ou acerto de contas, mas a via do diálogo político entre os irmãos sírios”.

A Argélia, o Iraque, o Líbano e o Sudão mostraram-se contrários à intervenção estrangeira no conflito sírio e chegaram a ressaltar a necessidade de devolver às autoridades legítimas de Damasco o assento na Liga Árabe, do que foi suspenso em 2011. De acordo com esses países, a presença dos representantes do governo é vital para o diálogo.

Outros ministros pronunciaram-se por estacionar um contingente da ONU na Síria, iniciativa que foi mencionada em ocasiões anteriores, mas não tem a aceitação do governo deste país, mais dedicado a preservar a sua soberania e ao reestabelecimento da estabilidade e da segurança nacional.

Com informações da Prensa Latina