Somália: ONU reafirma apoio internacional para "estabilização"

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) instou a comunidade internacional, nesta quinta-feira (6) a apoiar a Somália para que alcance uma estabilidade duradoura, apesar dos recentes eventos deste país africano. Em um encontro sobre o tema, presidido pelo vice-ministro das Relações Exteriores do Reino Unido encarregado dos assuntos da África, Mark Simmonds, os 15 membros do Conselho sublinharam a importância do apoio internacional ao governo somali.

Soldados da Somália - Abdurashid Abdulle/AFP - Getty Images

O objetivo do governo, segundo a ONU, seria a formação de forças de segurança profissionais e poderosas, como um passo integrante para a realização de reformas no setor da segurança judicial, por exemplo.

Através de uma missiva, o britânico, que assume a presidência do Conselho este mês, também urgiu a comunidade internacional a proporcionar ajuda coordenada, pontual e humanitária aos milhões de somalis que precisam disso para sobreviver.

Simmonds destacou a importância da nova Missão de Assistência da ONU para a Somália (UNSOM, na sigla em inglês), que iniciou nesta segunda (3) o seu trabalho, neste país do Chifre da África, para contribuir com a reconstrução do Estado e com a manutenção da paz, com ênfase na governabilidade, na reforma do setor de segurança, no vigor da lei e no respeito pelos direitos humanos.

No mesmo sentido, a ONU pediu, nesta terça, uma solução mais rápida à crise na Somália, para evitar que o Quênia, país que alberga milhares de refugiados desta nação, enfrente mais desafios.

Em maio, o secretário-geral adjunto da ONU Jan Eliasson anunciou a morte de cerca de 3.000 membros da Missão da União Africana na Somália (AMISOM, na sigla em inglês) desde 2007, como consequência dos enfrentamentos com grupos armados.

Desde 1991 a Somália é cenário de conflitos violentos e combates, mas tem avançado na estabilização sociopolítica. A comunidade internacional teve medidas receosas e até distantes com relação ao país, sobretudo desde o incidente em que tropas dos EUA que estavam no país foram atacados de forma incisiva por grupos armados, em 1993. Desde então, os estadunidenses retiraram-se sem a previsão de envolver-se diretamente.

As forças da União Africana tiveram um papel fundamental na expulsão de elementos do grupo armado Al-Shabab da capital somali, Mogadíscio, e de outros núcleos urbanos. Em 2007, enviou uma força de paz de com previsão de até 17.700 efetivos, da que formaram parte o Burundi, Uganda, Quênia, Serra Leoa e Djibuti.

Na questão estão envolvidos temas profundos, como a falha em envolver mais atores nacionais na busca por uma solução para a violência na Somália, a problemática atuação estrangeira no país, a regionalização positiva da liderança nos esforços de estabilização, com a missão da União Africana (ao invés de uma missão da ONU) e a interferência externa, ainda que sob o quadro da democracia e dos direitos humanos, enquadrada na questão securitária de combate, e demasiado influente na política somali, que repete o erro da exclusão de diversos atores políticos.

Com informações da HispanTV
Da redação do Vermelho