Informante sobre espionagem nos EUA refugia-se em Hong Kong
Edward Snowden, antigo membro da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) e atual funcionário de uma empresa subcontratada pela Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA), admitiu neste domingo (9) ser a fonte das informações secretas vazadas sobre a espionagem realizada pelas agências federais dos EUA através da telefonia e da internet. Snowden está em Hong Kong, uma cidade de “sólida tradição de liberdade de expressão”, afirma.
Publicado 10/06/2013 11:26
O consulado dos Estados Unidos e as autoridades de Hong Kong (China) não confirmaram a presença de Edward Snowden em território chinês.
Snowden realizou no domingo uma entrevista para o jornal britânico The Guardian, durante a qual informou que é a fonte das informações vazadas sobre as agências federais estadunidenses e seus atos de espionagem nas comunicações. O jornal havia divulgado no começo da semana passada as informações e documentos que recebera de Showden, sob a condição de anonimato.
Ex-membro da CIA, de 29 anos de identidade, Snowden anunciou que está em Hong Kong, uma cidade de “sólida tradição de liberdade de expressão”, afirma, e se disse esperançoso de que as autoridades não o extraditarão para os Estados Unidos. Caso isso aconteça, disse, pediria asilo à Islândia, um país que apoia “os que defendem a liberdade na internet”.
O responsável adjunto de Relações Públicas do consulado estadunidense em Hong Kong, Scott Robinson, disse não ter qualquer informação no momento. Por outro lado, tampouco o Departamento de Segurança de Hong Kong, responsável pela migração, nem a polícia ou os serviços de inteligência deram informações.
Na quinta-feira (6), o diário estadunidense The Washington Post e o britânico The Guardian informaram que a NSA e o Departamento Federal de Investigação (FBI) admitiram usar dados de civis coletados diretamente dos servidores da Microsoft, Yahoo, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Apple, alegadamente em prol dos interesses da segurança nacional.
A decisão de Snowden de viajar para Hong Kong antes de revelar informações sobre os programas de vigilância secreta do governo dos EUA pode não poupá-lo de um processo judicial, devido a um tratado de extradição entre a China e os Estados Unidos, em vigor desde 1998.
Hong Kong goza de significativa autonomia em relação ao resto da China, mas Pequim tem a responsabilidade sobre questões de defesa e política externa do território, além de exercer nos bastidores considerável influência política, financeira, judicial e acadêmica.
Com HispanTV