México: Violência deslocou 250 mil e deixou 5 mi de casas vazias

A violência no México deixou pelo menos 250 mil deslocados e 5 milhões de casas vazias durante os últimos seis anos. Ambos os fenômenos sociais se acentuaram a partir do combate militar ao crime organizado iniciado em dezembro de 2006 pelo ex-presidente Felipe Calderón (2006-2012).

Indígenas deslocados

A quantidade de deslolcados foi denunciada por organizações civis, com base em dados da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (Acnur).

Os dados se referem aos “deslocados internos”, aqueles pessoas que, sem ter cruzado uma fronteira internacional, “foram forçadas ou obrigadas a escapar ou fugir de seu lar para evitar os efeitos de um conflito armado, ou por situações de violência generalizada, violações de direitos humanos ou catástrofes naturais ou provocadas pelo ser humano”.

Para o integrante do Movimento pela Paz com Justiça e Dignidade, Raúl Romero, “desgraçadamente não há um número claro sobre deslocamentos forçados no México, já que não são reconhecidos nem quantificados devido ao desinteresse do Estado para as vítimas e porque é uma nova forma de criminalização”.

O mandato de Calderón “foi o sexênio mais sanguinário dos últimos 40 anos, período no qual o México viveu um retrocesso com relação à América Latina; surgiram novos problemas e outros existentes se agudizaram: injustiça, impunidade, criminalização”.

Abandono de casas

A estimativa de casas abandonadas foi divulgada pelo Fundo Nacional de Moradoa para os Trabalhadores (Infonavit), principal organismo estatal dedicado a construir casas para famílias pobres.

“Há bairros onde as pessoas receberam a chave de suas casas e foram viver nelas, mas tempo depois as deixou sozinhas devido à insegurança”, afirmou Filemón Ceseña, delegado do Infonavit em Monterrey, capital de Nuevo León.

Sobre isso, Romero afirmou que o Estado nunca cumpriu com sua responsabilidade, “não apenas pelas omissões ou falta de vontade, mas porque tem sido um Estado que violenta, que viola direitos humanos e consignas que são respaldadas por tribunais internacionais”.

Com TeleSUR