À frente da prefeitura, Nádia fala como é gerir São Paulo

Desde o último sábado a prefeitura de São Paulo é gerida pela vice-prefeita Nádia Campeão. Nádia assumiu temporariamente em virtude da viagem do prefeito Fernando Haddad a Paris, onde representa, ao lado do governador Geraldo Alckmin e do vice-presidente Michel Temer, a candidatura de São Paulo a sediar a Expo 2020.

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Na manhã desta terça-feira, a prefeita em exercício recebeu uma delegação de dirigentes e parlamentares do PCdoB, falou sobre o simbolismo de uma comunista assumir a maior cidade do país e os desafios que a aguardam nos próximos dias. Estavam presentes na visita os deputados estaduais Alcides Amazonas e Leci Brandão, o vereador e presidente estadual, Orlando Silva, o secretário municipal Netinho de Paula, o chefe-de-gabinete da Sub-prefeitura do Jabaquara, Wander Geraldo, o presidente municipal do PCdoB, Jamil Murad, entre outros dirigentes.

Segundo Nádia, São Paulo é uma cidade muito complexa e dinâmica, onde muitas coisas podem acontecer em poucos dias. Como exemplo, citou que apenas nesta terça-feira estavam previstas manifestações de servidores públicos estaduais, de estudantes e uma reintegração de posse.

“Estes três dias vão demonstrar a grande responsabilidade que tem o prefeito Fernando Haddad. Essas pressões e contrapressões, inclusive legítimas, acontecem diariamente desde primeiro de janeiro”, apontou.

A prefeita em exercício elogiou a capacidade mostrada por Haddad em manter o rumo na condução da cidade, sem se perder nas dificuldades do dia-a-dia. “Ele vem tentando, durante todo esse tempo, viabilizar o programa de governo. Você tem que fazer a gestão do cotidiano, mas tem que saber que ao fim de quatro anos precisa entregar o programa eleito”. E reafirmou o compromisso de lutar por sua plena execução: “nestes seis meses, ele conseguiu colocar em condições de ser efetivado nos próximos três anos e meio”.

Gestão democrática

Para Nádia, uma das grandes marcas da atual gestão é a democracia no trato com os movimentos e as questões sociais. “Isso é evidente. Existe uma orientação para todo o governo. Ninguém no governo acha que problema social ou manifestação são problemas de polícia. Pelo contrário, vamos dialogar. O prefeito recebe gente aqui das 8h da manhã às 8h da noite. Consideramos legítimas as muitas manifestações que São Paulo tem”, concluiu.

Sobre as recentes manifestações pela redução das tarifas do transporte, disse que há concordância com a necessidade de melhorar os serviços. Citou medidas que já estão em andamento, como a implementação do Bilhete Único Mensal, que deve funcionar já no segundo semestre e o próprio reajuste aplicado na passagem, menor que a inflação do período.

Por fim, no particular do transporte, Nádia afirmou que o governo municipal busca sensibilizar o governo federal para a necessidade de haver outras contribuições que ajudem a custear subsídios e diminuam o valor das passagens. “Uma idéia é passar a Cide, imposto do combustível, para o transporte. (…) O governo federal já mostrou sensibilidade, pois já desonerou uma parte dos impostos que incidem na tarifa. Então, é um conjunto de medidas visando baratear [a passagem]”, apontou.

De São Pualo,
Fernando Henrique Borgonovi