Islâmicos marcharão no Egito para aliviar pressão sobre Mursi
Organizações islâmicas egípcias, lideradas pelo Partido Liberdade e Justiça (PLJ), convocaram uma passeata chamada Um Milhão em apoio ao presidente Mohamed Mursi, pressionado por uma crescente oposição laica e conflitos externos.
Publicado 13/06/2013 14:41

A manifestação, com sede em frente ao Palácio Presidencial, no bairro Heliopolis, da elite local, será uma resposta antecipada às manifestações que oposicionistas organizam para o próximo dia 30 com o objetivo de pedir a renúncia do presidente, apoiada por um abaixo-assinado de voto de não confiança a Mursi.
Os partidos islamistas adotaram a decisão em uma reunião realizada na quarta-feira (12) à noite sob o lema "Proteger a revolução. Sim à paz, não à violência". O anúncio foi feito por Mohamed al-Beltagy, secretário geral do PLJ, o braço eleitoral da Irmandade Muçulmana, que levou Mursi como candidato nas eleições do ano passado.
"A campanha do abaixo-assinado precisa de importância legal para tirar Mursi da presidência", enfatizou Beltagy no final do encontro.
Por sua vez, a oposição anunciou sua decisão de não se incorporar ao diálogo proposto por Mursi, qualificando-o como "muito pouco e muito tarde", e seus principais atores ratificaram que prosseguirão o confronto com o presidente, a quem acusam de islamizar o país seguindo instruções dos "ajuan" (irmãos, em árabe), como chamam os membros da Irmandade.
Além dos problemas internos, Mursi também é pressionado pela construção de uma grande represa na Etiópia, que meios técnicos e políticos egípcios asseguram que diminuirá o fluxo do rio Nilo, vital para a sobrevivência do Egito, apesar das garantias em sentido contrário de Adis Abeba.
Meios oficiais anunciaram uma visita à Etiópia, na próxima semana, do chanceler Mohamed Kamel Amr para expor a necessidade de os dois Estados trabalharem em conjunto para diminuir o máximo os impactos ecológicos da represa.
Fonte: Prensa Latina