Paraguaios lembram 1º ano do massacre de Curuguaty

No Paraguai, organizações sociais fazem jornadas de protestos, a partir desta sexta-feira (14), para lembrar o primeiro aniversário do sangrento despejo camponês de Curuguaty. 

Marchas, manifestações e atos culturais marcam a recordação das 17 vítimas fatais do episódio e intensificam a reivindicação pela libertação de 14 camponeses presos desde junho de 2012.

Nesta sexta-feira (14) familiares dos mortos e camponeses da zona se reuniram junto à fazenda Marina Cué, palco dos fatos e rodeada por um forte aparato policial, para uma celebração religiosa e um ato comemorativo da data.

Em Assunção, a organização Articulação Curuguaty concentrou-se diante do edifício do Ministério Público para exigir a libertação dos presos e pedir uma investigação independente do ocorrido em Curuguaty com punição para as execuções extrajudiciais.

No sábado (15) marcharão até o Panteão dos Heróis, no centro da capital, com a participação de representantes das organizações camponesas e partidos políticos progressistas para a assinatura e difusão de um manifesto pedindo justiça.

Durante a noite, um ato cultural denominado "Golpe a golpe, verso a verso" ocorrerá na central Praça da Democracia, prestando homenagem aos camponeses e policiais falecidos e condenando o golpe parlamentar que seguiu-se ao despejo em Curuguaty.

Em meio a esta comemoração, a juíza Yanine Rios anunciou, na quinta-feira (13), a convocação para os dias 19, 20 e 21 de junho de uma audiência preliminar destinada a definir pelaa convocação de um julgamento oral e público dos camponeses detidos ou pela sua libertação.

Esta última possibilidade está praticamente descartada pois o relatório do promotor Jalil Rachid, questionado por sua amizade e parentesco com latifundiários de Curuguaty, pede fortes condenações de prisão para os acusados.

Mobilizações populares foram convocadas em frente ao tribunal, em solidariedade com os presos, bem como com os quase 40 camponeses que atualmente são considerados foragidos.

A audiência foi suspensa no último dia 2 de junho a pedido da defesa à espera da definição do caráter estatal das terras de Curuguaty, o que anularia a acusação de invasão à propriedade privada feita contra os camponeses, mas isso não ocorreu. 

Fonte: Prensa Latina