G8 debate crise e abertura de mercados em meio a protestos

Os países mais industrializados do Grupo dos Oito (G8) avaliam desde esta sexta-feira (14) a economia global, encoberta por uma crise que parece indefinida. A reunião do G8 mais a Rússia, realizada na Irlanda do Norte, teve como primeiro tema a questão da ciência, sobretudo em relação aos alimentos geneticamente modificados, em jornada com a presença de cientistas e comerciantes, mas debateu também a abertura dos mercados e o comércio internacional como fator fundamental para superar a crise.

G8 na Irlanda do Norte - Belfast Telegraph

O premiê britânico David Cameron argumentou, na abertura da reunião, que o G8 está aberto a argumentos da ciência para abordar o polêmico assunto dos cultivos geneticamente modificados para a alimentação humana.

No entanto, faltou em seu discurso o assunto dos alimentos desperdiçados no mundo inteiro enquanto muitas pessoas passam fome, segundo relato de economistas. O grupo reconheceu que os cultivos transgênicos estão vetados para uso geral, e argumentou que a importação e venda de certos alimentos alterados está permitida.

Apesar da decisão, as grandes cadeias de supermercados evitam incluir na lista de seus produtos aqueles que foram vetados internamente.

Além disso, representantes da Comissão Europeia (CE) destacam como "importante" o comércio internacional para o crescimento econômico. Durante uma reunião programada para ser realizada nesta segunda (17) e terça (18), da União Europeia (UE), o grupo pretende promover a justiça global mediante a maior abertura do comércio como motor para o crescimento, de emprego e desenvolvimento.

Na reunião, a UE está representada pelos presidentes da Comissão e do Conselho Europeu na cúpula de chefes de Estado e de Governo, atualmente sob a presidência britânica.

O encontro na cidade irlandesa de Enniskillen pretende avaliar a situação econômica e o emprego, a luta contra a evasão e a fraude fiscal e assuntos do panorama político internacional, como o caso da Síria.

Para alguns analistas, esta reunião pouco contribuirá à solução de situações difíceis como a fome e o desemprego, principalmente por manter o mesmo trajeto programado pelo capitalismo e no corte de gastos sociais para o investimento nos grandes setores comerciais.

Nos dias anteriores ao início da reunião, manifestantes em Londres de cerca de 80 organizações não-governamentais protestataram contra a cimeira, na campanha para "garantir que todos tenham comida o suficiente para viver". Milhares devem comparecer aos protestos contra a cimeira em Belfast neste sábado (15).

Enquanto isso, ativistas da maior central sindical da Grã Bretenha, Unite, e a Nipsa, que representa milhares de trabalhadores do setor público da Irlanda do Norte disseram que medidas têm sido tomadas para impedir que as manifestações em Belfast sejam dominadas por vândalos.

Com agências,
da redação do Vermelho